60 dias após entrega, Av. Atílio Menin apresenta série de problemas

No final do mês de setembro, quatro meses após o prazo contratual inicial da obra, a Prefeitura de Bragança realizou a liberação de tráfego de veículos na Avenida Atílio Menin. Para isto, o prefeito Amauri Sodré esteve no local e comemorou: “É mais um momento marcante da nossa Administração Municipal que tanto tem buscado melhorias ao município, principalmente na mobilidade das pessoas. Esperamos que a população local esteja contente”.

Passado pouco mais de 60 dias da entrega da obra, o desejo do prefeito não se concretizou e a população ouvida pelo Em Pauta está descontente com o resultado do investimento de mais de R$ 3 milhões (com o aditamento de valor). Nas últimas semanas, a redação do Jornal Em Pauta recebeu uma série de reclamações sobre a qualidade do asfalto utilizado na via nova, a qualidade do asfalto no recapeamento da via antiga, os buracos e a quantidade de terra que invade a pista nos dias de chuvas.

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A reportagem esteve no local nesta quarta-feira (23) e constatou além destes problemas, um canteiro central não terminado, calçadas que começaram a ser construídas e não foram concluídas, desnível em trechos do asfalto novo e também nas calçadas recém construídas, além de bueiros completamente entupidos de terra.

No local, havia apenas funcionários da Secretaria Municipal de Serviços fazendo ações emergenciais e nada de funcionários da empreiteira paga para realizar a obra.

OBRA INACABADA E EMPREITEIRA NOTIFICADA

Em outubro, a Secretaria Municipal de Comunicação informou que a obra da Avenida Atílio Menin “ainda passará por outras intervenções como a construção de calçadas e a conclusão da implantação da ciclovia na faixa central da via”. Mas como de praxe, não divulgou prazos.

“A Administração Municipal vem acompanhando os trabalhos que estão sendo executados, inclusive adotando as medidas cabíveis junto a empresa responsável pela execução das obras, uma vez que irregularidades foram identificadas”, disse a Prefeitura na ocasião. “A empresa responsável pela obra já foi notificada e poderá sofrer penalização”, complementa.

No dia 26 de outubro, a SECOM também afirmou: “em breve esta obra estará concluída”. Praticamente um mês depois, ainda não está.

GESTÃO AMAURI SODRÉ NEGA INFORMAÇÕES PARA VEREADOR

Assim como o Em Pauta tem enfrentando dificuldades para obter dados públicos da Secretaria Municipal de Saúde, o vereador Miguel Lopes, também tem encontrado “barreiras” na hora de fiscalizar as ações do Executivo.

Miguel Lopes alega que esteve na Prefeitura para consultar o projeto da obra da Avenida Atílio Menin, mas foi impossibilitado de obter cópia do material.

Segundo o vereador, sua solicitação de cópia do material foi negada. “Isso fere a Constituição, nossa Lei Orgânica. A Prefeitura tem 15 dias para nos enviar a resposta dos pedidos de informação. Temos direito a cópia”, disse.

O vereador pediu respeito ao trabalho do Legislativo e também apoio aos demais vereadores, em sua maioria do Grupo Chedid. “Precisamos fiscalizar. Essa obrigação não é só minha não. É obrigação de todos nós. Pelo menos um favor eu peço aos colegas. Se puderem me ajudar, defendam o Legislativo”, disse.

ADITAMENTO E VALOR DA OBRA

A Prefeitura de Bragança Paulista publicou na edição da Imprensa Oficial n°1352, um aditamento de valor com a empresa responsável pela obra. Com isto, a obra orçada inicialmente em R$ 2.819.240,50 teve um acréscimo de R$ 380.302,05 e passou a custar o valor de R$ 3.199.542,55.

De acordo com a vereadora Fabiana Alessandri, o aditamento refere-se a construção de ciclovia, que até o momento, também não foi entregue.

A duplicação da avenida teve início em 2014, ainda na administração de Fernão Dias, mas não saiu do papel. A obra tem como objetivo melhorar o acesso às moradias construídas na região do Henedina Cortez e Águas Claras e liberar novos empreendimentos na região.

O recurso para a realização das obras vem da outorga de R$35 milhões do novo contrato da Prefeitura de Bragança Paulista, com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

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