Coluna Marcus Valle: as eleições e as urnas confiáveis

Coluna Marcus Valle: as eleições e as urnas confiáveis

*Por Marcus Valle

 

1 – Eleições: Urnas confiáveis

Voltamos à coluna após as eleições. Obviamente, o assunto mais comentado é a eleição de Bragança Paulista.

De início devermos registrar que embora durante a campanha tenham ocorrido muitas fake news, pesquisas notoriamente furadas, etc., o resultado das urnas eletrônicas é real. Não existe qualquer possibilidade de fraude nas mesmas. 

2- Polarização: meio a meio

Sem dúvida alguma a eleição foi dificílima, disputada voto a voto, ao contrário de “pesquisas” divulgadas para influenciar o eleitor.

Edmir Chedid e Gi borboleta foram eleitos com 49,6% dos votos 44.263 validos, contra 40.850 de José de Lima 45,83%. Foi uma diferença mínima.

Os demais candidatos, Tânia Clemente, João Carlos, e Dr. César que não tinham chance de vencer, acabaram perdendo muito de seus votos na polarização.

O grande paradoxo é que José de Lima venceu em muitas urnas, mas perdeu nas que tinha o povo humilde e carente, o mais prejudicado pela política dos Chedid’s que nunca priorizou os temas sociais (educação, saúde, transporte público, cultura e etc.). Mas, reconheça-se a atual administração sempre adotou com eficiência a manutenção (ou maquiagem) da cidade, e as festas populares e outros eventos. 

3- Vitoria total… Mas com alertas

A vitória foi completa 14 vereadores contra 5, e (certamente alguém aderirá a administração). 

Ademais, já se anunciou, os deputados que irão ser lançados em 2026 serão Vitor Hugo Chedid (estadual), e Marquinhos Chedid (federal).

É a perpetuação da família na política, sem nenhuma chance aos seus partidários, que se contentam com segundo escalão, e no máximo um “Oscar” de coadjuvante e nunca de ator principal.

4- Sinais veementes

No entanto, o equilíbrio nos resultados das eleições, embora nossa oposição seja desunida e fragmentada, mostra que pelo menos metade da população discorda veementemente desse estilo de política.

I-As obras caras, atrasadas e ou desnecessárias;

II- A péssima política salarial dos servidores concursados (os nomeados têm muito mais privilégios);

III- O atraso nos uniformes e material escolar;

IV- A falta de providencia na saúde mental;

V- O péssimo serviço de ônibus circulares;

Tudo isso desgastou enormemente a administração e o grupo Chedid. Amauri Sodré foi o bode expiatório.

5- Vereadores

Me surpreendi com alguns resultados tivemos algumas (poucas) surpresas.

No meu caso tive uma votação honrosa, 815 votos, mas insuficiente para a eleição.

É verdade que dois vereadores Pokaia e Sidney se elegeram com votação inferior à minha, mas devo reconhecer que 5 candidatos que tiveram votação superior (uma foi igual) também não se elegeram.

Enfim… eu fui o 23º colocado, e se fosse eleitos os 19 mais votados… eu estaria fora.

Fiz uma campanha com recursos próprios (não aceito jamais doações para a campanha). Também não recebi qualquer auxilio ou recursos extra do partido (alguns tinham dinheiro do fundo partidário destinados aos candidatos.

Portanto, tive uma campanha sem “visual”, sem grande propaganda.

Mas isso não justifica a não eleição.

Entendo que hoje as pessoas, na maioria, preferem o vereador prestativo, assistencialista ou de confronto (posições mais extremadas), do que ponderação, confecções de leis etc.

E isso é democracia… tem que ser respeitada a vontade da população.

6- Ônibus

É absurdo a péssima situação do transporte coletivo de ônibus circulares em Bragança Paulista. Passageiros e os (12motoristas também) sofrem riscos enormes. Veículos velhos, com problemas de freio e ou manutenção, constantemente quebram e deixam a população na “mão”.

Mas não é só isso. Tivemos reduções de linhas, atrasos, e até mesmo acidentes, devido à enorme omissão da prefeitura. É desumano e vergonhoso.

7- Exemplos de obras caras e desnecessárias

E por falar em obras desnecessárias ou caríssimas, chamaram atenção duas nas margens do Lago do Taboão. A tirolesa lá instalada (e que não é usada) custou cerca de 700 mil reais. A cobertura da locomotiva que fica no final do lago custou, pasmem, 420 mil reais (o que daria para construir uma casa).

Isso tudo é desperdício do dinheiro público. Podemos ainda citar as constantes, demoradas e desnecessárias reformas nas praças centrais e do matadouro, que causaram muito mais problemas do que soluções.

8- Juro que é verdade

Nessa campanha tivemos vários fatos tragicômicos. Candidatos a vereador fazendo promessas mirabolantes (impossíveis até para o Executivo de uma cidade rica) como construção de metrô Bragança – São Paulo, colocar dois policiais em cada escola do município, construir viadutos, instituir tarifa zero de ônibus etc.

Alguns eleitores faziam pedidos absurdos, como dentaduras, e até financiamento de operações plásticas. 

Mas o pedido mais estranho que eu recebi foi de um homem que queria que eu garantisse que iria ligar para a mulher dele, intimando-a a tratá-lo melhor, inclusive cortando suas unhas todas as semanas.

*Marcus Valle é advogado, professor universitário e ex-vereador. 

Contato: [email protected]

A Coluna do Marcus Valle é publicada todos os sábados. Para conferir as colunas anteriores basta clicar aqui.

 

📲Entre nos grupos de notícia do WhatsApp do Jornal Em Pauta ou do Telegram
📲 Siga o Bragança Em Pauta no Instagram e no Twitter

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *