“A diferença da academia para a igreja é que na igreja tem Deus”, afirma vereador
O debate sobre a proibição da abertura de academias e a liberação de igrejas, entre outros serviços não autorizados pelo Governo do Estado, foi um dos assuntos da sessão da Câmara Municipal desta terça-feira, 28. E o vereador Sidiney Guedes, foi um tanto quanto polêmico ao defender seu nicho eleitoral.
Vale lembrar, que na última semana a Macroregião de Campinas foi reclassificada para a Fase Laranja do Plano São Paulo e a Prefeitura anunciou via Secretaria Comunicação as regras para Bragança Paulista. Um decreto não foi publicado, formalizando as normas.
No Plano São Paulo, igrejas deveriam funcionar somente nas Fases Azul e Verde, todavia, a Prefeitura permitiu o funcionamento. Assim como lanchonetes e restaurantes, que deveriam continuar somente via delivery e drive thru e também foram autorizados a funcionar com consumo no local.
Clubes e pesqueiros também reabriram por vontade da Prefeitura, sendo que na Fase Laranja no Plano São Paulo, não há diretriz neste sentido e somente em Fases posteriores.
Baseado nesta divergência de critérios, o vereador Luis Henrique Duarte (Quique Brown), mostrou sua indignação:
“Eu sou um defensor da ciência, do isolamento social que é nossa única arma contra o coronavírus hoje, mas eu não sei o que falar, eu não tenho palavras hoje pra um dono de academia. Porque o Decreto Estadual, da Fase Laranja, não permite academia. Se a Prefeitura tivesse seguindo o Decreto Estadual, era muito tranquilo”, iniciou.
“Mas como eu falo isso pro dono de uma academia, quando os cultos religiosos que não são permitidos pela Fase Laranja, são permitidos em Bragança. Como eu explico pro dono de academia que um bar, fantasiado de lanchonete, que também esta proibido na Fase Laranja está permitido em Bragança?”, perguntou.
O vereador Quique Brown continuou suas perguntas:
“Como eu explico que uma praça de alimentação, que também é proibida em Decreto Estadual, em Bragança está permitida?”.
“Como você explica uma situação desta? O que a academia tem, que o templo religioso não tem? O que a academia tem que o bar e a lanchonete não tem? O que a academia tem que a praça de alimentação do shopping não tem?”.
“Estou cansado de falar, esse jurídico da Prefeitura é muito ruim. Porque ele cria regras próprias”, afirmou o vereador do PV, que discorreu sobre o tema mais alguns minutos, argumentando que se a academia é ambiente fechado, o culto religioso também é. Que se na Praça de alimentação tem álcool em gel e uma pessoa limpando as mesas, nas academias pode ter também.
“Eu não tenho o que falar. Eu sempre defendi as ações de isolamento social, defendo elas com unhas e dentes, mas hoje aqui na minha cidade eu não consigo defender essa Administração quando o assunto são as academias. E neste caso, a única coisa que a gente possa defender é que elas abram também ou que se cumpra a lei”, afirmou.
Na sequência, quem fez o uso da palavra foi o vereador Sidiney Guedes, que também é pastor. E incomodado com o posicionamento de Quique Brown, mandou um recado a ele um tanto quanto polêmico: “A diferença da academia para a igreja é que na igreja tem Deus”.
Confira a fala do vereador:
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