Como é que é? Placas indicam restrição apenas em duas vias

Começou hoje, dia 17, a restrição de caminhões em três vias de Bragança Paulista: Avenida Dom Pedro I, Avenida dos Imigrantes e Avenida Alberto Diniz, mas apesar disto, nas placas instaladas na Rodovia Alkindar Monteiro Junqueira (Bragança/Itatiba) e na Variante Farmacêutico Francisco de Toledo Leme, só há indicação de proibição de caminhões em duas delas.

As placas indicam que a restrição acontece apenas na Avenida Dom Pedro I e na Avenida dos Imigrantes, o que pode levar caminhoneiros de outras cidades a cometer erros e consequentemente perder 4 pontos na carteira e receber uma multa de 130 reais.

Como é que é?

Parece até brincadeira, mas apesar do decreto nº 2.484, restringir o tráfego de caminhões em três vias, nas placas só há indicação de duas delas.

Além das placas, a Prefeitura também implantou nos acessos às referidas vias, faixas indicando a proibição de caminhões.

Nestas, as indicações estão completas, informando inclusive que o horário de restrição é das 7h às 22h. Na manhã deste primeiro dia da medida em vigor, entretanto, uma destas faixas, implantada na rotatória de acesso à Rodovia Capitão Barduino (Bragança/Socorro) a mesma já estava caída.

Vale destacar também que hoje até as 11h não havia sequer um agente de trânsito orientando os caminhoneiros que chegavam à cidade pela Fernão Dias, ou pela Alkindar Monteiro Junqueira. Somente após contatos com a Prefeitura, que o secretário Manoel Botelho esteve no local.

Detalhe: a Divisão de Imprensa na tarde de hoje, dia 17, divulgou uma nota dizendo que o primeiro dia da medida, foi marcado justamente por orientações aos caminhoneiros.

Como é que é? 

O que não faltou, entretanto, foram reclamações principalmente no período da manhã, de falta de orientação nas vias. Também  não faltaram reclamações de dificuldades tanto para obter informações como para cadastrar os veículos que fazem parte das exceções na Secretaria de Mobilidade Urbana.

Caminhões com placa de Bragança

Desde o anúncio, até a implantação efetiva, a restrição de caminhões tem gerado muita polêmica. Uma das polêmicas envolve os caminhoneiros de Bragança, que também tem restrição, embora em horário diferenciado e reduzido.

Caminhões com placas de Bragança não podem circular das 7h às 9h e das 17h às 19h. Comerciantes e empresários reclamam, que não podem começar o expediente de entregas e recebimentos após as 9h e nem finalizar o serviço, antes das 17h.

Mário Rossi, proprietário da Real Distribuidora de Areia e Pedra, que fica na Alberto Diniz, disse que no primeiro dia, os prejuízos já foram grandes e que houve atraso nas entregas.

Ele ressaltou que um grupo de comerciantes já protocolou junto a Prefeitura um pedido de liberação do horário para caminhões da cidade.

Este é o pedido já feito também pelo vereador Marcus Valle na última sessão. Marcus, que defendia a restrição de caminhões, disse que as medidas tomadas pela atual administração nada tem a ver com o projeto de lei que ele sugeriu. Em seu projeto, haveria apenas restrição de caminhões que realmente usam as vias locais para fugir de pedágios. Os caminhoneiros de Bragança, e os caminhões que estivessem realmente dentro de sua rota original não seria punidos.

Polêmica na Dom Pedro I

Outra polêmica com relação a restrição de caminhões fica por conta da proibição de caminhões na Avenida Dom Pedro I, já que a via é continuação da Variante Farmacêutico Francisco de Toledo Leme.

Você deve estar se perguntando: e dai? Que diferença faz o nome da via?

O nome da via, não faz diferença nenhuma,  o que faz é o fato da Variante ser uma SP, e portanto, ser de jurisdição do DER e não da Prefeitura.

Com isto, a Prefeitura não pode atuar no local, nem proibindo o acesso de caminhões, nem aplicando multas. Foi justamente por isto, que os radares de velocidade foram desligados . A fiscalização e aplicação de multas no local cabe apenas à Polícia Rodoviária Estadual.

Acontece que, seguindo determinação da Secretaria de Mobilidade Urbana, os radares existentes nas via, nas proximidades do acesso ao Jardim Lago do Sul, foram preparados para multar os caminhões.

O secretário, Manoel Botelho, que se negou a dar entrevista, disse em conversa informal que as multas não serão geradas a partir das imagens captadas por estes radares,porque realmente os mesmos estão em área do DER, mas que estas imagens servirão para que os agentes de trânsito que ficam no Complexo Integrado de Emergência e Mobilidade CISEM possam fazer as autuações, já que quem passar por lá, segundo ele, passaria pela Avenida Dom Pedro I.

Como é que é?

O secretário, que não é de Bragança Paulista, não se atentou, entretanto, que após o radar, dependendo do porte do caminhão o mesmo pode subir em direção ao Jardim do Lago e fugir da Dom Pedro I ou então acessar a  Avenida Norte/Sul e assim também fugir da restrição já que segundo croqui do DER, a jurisdição da Prefeitura é só a partir da rotatória.

Diante destas possibilidades, como o agente poderá multar com base nestas imagens se não forem alinhadas a outros equipamentos eletrônicos ou até mesmo um agente no local?

Balanço do primeiro dia

O que se viu no primeiro dia, foram vários caminhões principalmente, com placas de fora, desrespeitando a medida, justamente pela falta de conhecimento da restrição e consequentemente sendo multados. A Prefeitura não divulgou  números de autuações.

Outros tantos caminhoneiros, que sabiam da medida, estudaram outras rotas, e desviaram o trânsito por exemplo, pela Avenida Salvador Markowicz e Avenida Alpheu Grimello, Avenida José Gomes da Rocha Leal, Rua Felipe Siqueira e Itapechinga.

Muitos também optaram por entrar na cidade, a partir da Variante do Guaripocaba.

 

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