Efetivo insuficiente impede PM de tomar providências sobre rojões
Na noite de terça-feira, 23, o Clube Atlético Bragantino venceu de virada, por 2 x 1 a partida contra a Ponte Preta, em casa. Com a vitória, o Braga segue líder da Série B do Brasileiro. A equipe, que vinha de um empate e uma derrota, só se encontrou em campo, depois da expulsão do jogador Wesley.
Fora de campo, a partida foi tumultuada. Houve confusão na arquibancada do adversário. Teve também rojões, proibidos por lei em Bragança Paulista, e a proibição do tradicional Restaurante Rosário de funcionar. Isto gerou a revolta de muitos torcedores.
Após a parceria com a Red Bull e melhora da equipe, os jogos do Bragantino têm lotado. Isto faz com que torcedores e moradores da região questionem sobre a mobilidade urbana no entorno do estádio. A preparação do policiamento para receber um grande público nas partidas de futebol também está em xeque.
De olho na série A do Brasileiro, o jogo contra a Ponte, certamente serviu como um teste para todos.
Efetivo
Em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, (SSP), eles informaram que durante a partida contra a Ponte Preta foram empregados no policiamento, exclusivamente na parte interna, 51 policiais militares e 73 seguranças particulares.
Além disso, segundo a nota, na parte externa foram empregados mais 18 policiais de Força Tática; 6 policiais de policiamento rodoviário, além da Guarda Civil Municipal, que atuou com cavalos, motos e viaturas.
Houve também segundo a SSP, Operação Integrada nos portais da cidade envolvendo Polícia Militar, Guarda Municipal e Polícia Rodoviária Federal.
Os policiais que trabalharam no jogo não passaram por treinamentos específicos para atuar em estádios de futebol. Tratam-se de policiais de DEJEM, ou seja, policiais que estariam de folga e prestaram o serviço.
Restaurante fechado
Quem foi ao jogo nas cadeiras cativas e arquibancadas cobertas e que estava acostumado a comer no Bar do Rosário, ficou sem opções de lanches e bebidas. Contaram apenas com o serviço de ambulantes. Isto aconteceu porque a PM proibiu que o restaurante Rosário abrisse.
Segundo a SSP, o restaurante faz parte da estrutura física do estádio e encontra-se exatamente na passagem de acesso à arquibancada coberta amarela especial, que abriga os deficientes.
Como o local é considerado rota de fuga, segundo a SSP, a proibição aconteceu para que “se mantenha a segurança dos torcedores, mantendo-se livre o acesso e rotas de fuga”.
A medida foi criticada pela torcida, já acostumada com o serviço.
Vale ressaltar, que o restaurante já funcionava no mesmo local, há muitos anos. Inclusive em jogos com grande público, como contra o Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos, durante as últimas edições do Campeonato Paulista.
Vistoria em ônibus
Segundo a SSP, os ônibus com torcedores da Ponte Preta foram vistoriados antes de chegar em Bragança Paulista. Não foram encontradas irregularidades e nenhum objeto foi apreendido.
Muitos reclamaram da demora da fiscalização. Vale lembrar, que alguns torcedores só chegaram no estádio, após o início do segundo tempo.
“Nenhum ônibus foi impedido de entrar na cidade. A regra imposta pela Polícia Militar é de que todos os ônibus fossem revistados pela PM ainda na rodovia antes de chegar ao estádio, devidamente escoltados”, disseram.
No dia 16 de junho, uma reunião preparatória para o jogo foi realizada. Segundo dados da SSP, apesar dos organizadores das torcidas organizadas da Ponte Preta terem sido convidados, no entanto, eles não participaram da reunião.
Mesmo assim, segundo a nota, o comando do policiamento realizou o contato com todos responsáveis de torcidas organizadas. Neste contato, aliás, foram informados das regras que seriam adotadas.
Com a demora para chegar no estádio e a derrota, os torcedores da Ponte Preta, após o término da partida foram para cima da Polícia Militar. Houve início de um confronto ainda na arquibancada e um corrimão chegou a ser arrancado.
Queima de fogos
Um dos problemas também apontados pelos torcedores que deixou moradores da região revoltados, principalmente os que tem em casa animais, idosos e crianças, foi a soltura de rojões.
Antes de começar a partida, uma bateria de fogos pode ser ouvida na região.
Por iniciativa dos vereadores Marcus Valle e Beth Chedid, os rojões estão proibidos no município desde maio. Ambos vereadores, se manifestaram nas redes sociais que cobrariam providências sobre o assunto.
Em nota a SSP confirmou que a queima de fogos aconteceu na parte externa do campo. Apontou ainda que ela foi efetuada por torcedores da Ponte Preta.
Todavia, o órgão informou ainda que “não foi possível adoção de providências em razão da necessidade de emprego do efetivo junto à arquibancada da torcida organizada”.
Com isto, a PM não identificou nenhum torcedor responsável pela soltura dos fogos e nem adotou medidas cabíveis.
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Fotos: Divulgação Bragantino
