Tragédia repetida: mãe e filha morrem com COVID-19 em menos de 24 horas
No último final de semana, tornou-se público em Bragança Paulista e ganhou destaque até nacionalmente uma tragédia familiar. A morte das professoras Marilene Silva Teixeira, de 62 anos e Vivian Teixeira Bueno, de 38 anos, mãe e filha, que faleceram em um intervalo de menos de 24 horas, por complicações da COVID-19.
E naquele mesmo final de semana, outra família de Bragança Paulista era acometida pela mesma dor. A família Mariano, residente no bairro do Jardim Novo Mundo.
Eles perderam entre sábado, às 18h40 e domingo, às 17h, a senhora Maria de Lourdes Lima Mariano, de 84 anos e a filha dela, Maria José Mariano, de 62. O resultado positivo de dona Maria de Lourdes para COVID-19 foi confirmado oficialmente no boletim oficial da Prefeitura, somente neste sábado, 27, por isto, o Em Pauta optou por aguardar para publicar esta reportagem.
As duas idosas moravam juntas. Com elas, morava ainda Francieli. Filha de Maria José e neta de Maria de Loures, que conversou com a equipe do Em Pauta.
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Ela relatou que quem apresentou primeiro os sintomas da COVID-19 foi sua mãe. Com dor de cabeça, procurou a Santa Casa onde foi testada e medicada. Durante a semana seguinte, os sintomas continuavam e elas, ainda sem o resultado do exame enviado ao Instituto Adolfo Lutz, fizeram um teste de farmácia, que deu positivo tanto pra Maria José, mãe, quanto para Maria de Lourdes, avó. Até aí, a senhora de 82 anos não apresentava sintomas.
Na sexta-feira, 12, as Marias procuraram atendimento médico mais uma vez na Santa Casa, que assim como todo sistema de saúde de Bragança, vive um colapso. Conforme relatado por Francieli, demoraram cerca de 10 horas para serem atendidas e sua mãe teve que ser internada. A avó, foi liberada.
Maria José, já com dificuldades respiratórias foi internada em leito de enfermaria e depois transferida para o Hospital de Campanha. O quadro foi piorando, precisou de um leito de UTI e não conseguiu. Por isto, cinco dias depois, acabou sendo entubada ali mesmo.
Com sua filha internada, na sexta-feira, 19, dona Maria de Lourdes, que apesar da idade não tinha sido vacinada, apresentou os primeiros sintomas do novo coronavírus: diarreia. Por isto, foi levada ao Bom Jesus no período da manhã. Passou o dia em observação e devido sua baixa saturação, foi transferida para a UPA Vila Davi por volta da 1h da madrugada de sábado.
“A equipe de lá falou que ela não estava tão ruim, como estava minha mãe”, conta Francieli. Todavia, por volta das 17h de sábado, 20, recebe a ligação que sua avó havia falecido após ter uma parada cardíaca.
O sepultamento de Dona Maria de Lourdes aconteceu no domingo, 21, às 13h30 no Cemitério da Saudade.
E logo depois, por volta das 18h40 do mesmo domingo, Francieli recebeu a segunda ligação, comunicando outro falecimento, agora de sua mãe.
Maria José foi sepultada na segunda-feira, 22, ali no mesmo local onde sua mãe, também fora sepultada poucas horas antes.
Francieli conta que cerca de três horas antes do falecimento de sua mãe, as informações davam conta de que seu estado era estável.
“A enfermeira me falou que o quadro dela não tinha piorado, estava estável, a saturação estava 97”, conta. Ela já tinha o resultado positivo para COVID-19. Foi então que inesperadamente, ela recebeu a ligação que nenhum filho gostaria de receber: sua mãe também era mais uma vítima da pandemia em Bragança Paulista.
Maria José, que tinha uma lanchonete na Rua Santa Cruz, deixou cinco filhos. Dois deles, moram no exterior. Por isto, tiveram que acompanhar o sepultamento por videochamada. Maria de Lourdes tinha só Maria José de filha.
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