Meningite em Bragança: Saúde nega entrevista ao Em Pauta

Um dos assuntos da semana em Bragança Paulista é o aumento dos casos e óbitos de meningite. O tema veio à tona após publicação de reportagem do Em Pauta, sobre a decretação do ‘estado de extrema alerta’, no município de Extrema/MG, localizado há cerca de 29 km de Bragança.

Em Bragança Paulista, de acordo com a última atualização da Secretaria Municipal de Saúde, foram registrados em 2022, 17 casos confirmados de meningite e 3 óbitos. O município do Sul de Minas Gerais contabiliza 2 óbitos em 2022.

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SECRETARIA DE SAÚDE NEGA ENTREVISTA

Devido a importância do tema e visando esclarecer dúvidas da população, o Em Pauta solicitou uma entrevista com a Chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica e Controle de Doenças, Juliana Schevenin, subordinada direta da secretária Marina de Fátima Oliveira.

Todavia, nesta quinta-feira (22), a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde informou ao Em Pauta que “não seria possível a entrevista”, sem apresentar qualquer justificativa. A Secretaria de Comunicação também foi contatada, mas nada fez.

Desta forma, o Em Pauta enviou questionamentos à pasta, como a idade dos óbitos registrados, quantas pessoas estão em isolamento domiciliar, quantos profissionais de saúde foram vacinados, se há a previsão de vacinação de novos públicos, qual tipo de meningite estaria circulando em Bragança Paulista, etc. Até a publicação desta reportagem, não obtivemos retorno.

NÚMERO DE CASOS E ÓBITOS EM BRAGANÇA

• 2018 – 22 casos; 2 óbitos por meningite.
• 2019 – 15 casos; Nenhum óbito por meningite.
• 2020 – 07 casos; Nenhum óbito por meningite.
• 2021 – 09 casos; 2 óbitos por meningite.
• 2022 – 17 casos; 3 óbitos por meningite.

VACINAÇÃO

Em Extrema, a Prefeitura realiza o bloqueio vacinal para prevenção e impedimento da disseminação da doença meningocócica na cidade e deve ampliar ainda mais a imunização nos próximos dias.

Em Bragança, após a publicação da reportagem do Em Pauta, a Secretaria de Saúde anunciou que realizou a vacinação referente à vacina meningocócica C de profissionais de saúde do município, trabalhadores da saúde das UPAs, SAMU e Hospitais. Não há informações sobre vacinação dos demais trabalhadores da saúde e se profissionais da Santa Casa e HUSF (Hospital Universitário São Francisco) também foram vacinados.

A DOENÇA

De acordo com a Fiocruz, a meningite é a inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro. A doença pode ser causada por vários tipos de micróbios, entre eles o meningococo, principal agente durante as epidemias. Trata-se de uma doença grave, que envolve o sistema nervoso central e pode levar à morte. Os principais sintomas são: febre alta, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, rigidez de nuca e, algumas vezes, manchas na pele (tipo picada de mosquito). Em crianças pequenas, há também o abaulamento de fontanela (moleira inchada). Apesar de grave, a meningite bacteriana tem cura, desde que diagnosticada rapidamente e tratada com antibiótico apropriado

TRANSMISSÃO

Ainda segundo a Fiocruz, o micróbio pode ser transmitido da garganta de uma pessoa a outra, através de gotículas da tosse, espirro e beijo. A meningite nem sempre é transmitida por indivíduos doentes. Algumas pessoas (geralmente adultas) que abrigam o meningococo na garganta podem transmiti-lo, mesmo sem estarem doentes: são os chamados portadores sãos. A meningite atinge pessoas de todas as idades, sendo as crianças menores de cinco anos normalmente as mais afetadas.

PREVENÇÃO

As principais são: o diagnóstico precoce com a internação de pacientes com sintomas da doença; a vacinação das pessoas em contato muito próximo com enfermos (especialmente dentro do mesmo domicílio); e a vacinação das pessoas com maior risco de adquirir a doença, como as submetidas à retirada cirúrgica do baço (esplenectomizados), as portadoras de disfunção do baço (asplenia funcional da anemia falciforme, da talassemia) ou aquelas com deficiências de imunoglobulinas e do complemento.

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