Morre Pelé: futebol e arte trouxeram o Rei à Bragança Paulista

Morre Pelé: futebol e arte trouxeram o Rei à Bragança Paulista

Faleceu na tarde desta quinta-feira (29), antevéspera de Ano Novo, o maior jogador de futebol de todos os tempos: Pelé.

Edson Arantes do Nascimento tinha 82 anos e estava internado desde o final de novembro no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para tratamento oncológico de um tumor no cólon. Nos últimos dias, apresentou piora no estado clínico com complicações renais e cardíacas. Sua morte foi confirmada às 15h56.

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Tricampeão do mundo pela Seleção Brasileira, eleito ‘Jogador do Século’ pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), vencedor do prêmio de ‘Melhor Jogador do Século’ pela FIFA e ‘Atleta do Século’ pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), em ao menos três oportunidades, esteve em Bragança Paulista. Duas delas, como jogador de futebol.

AMISTOSO CONTRA O BRAGANTINO – 1958

A primeira vez que jogou em Bragança Paulista, no Estádio Marcelo Stefani, Pelé tinha apenas 17 anos, em janeiro de 1958. E teria sido em Bragança, que marcou um dos gols mais rápidos de sua carreira, se não for o mais rápido. Este foi o 69º gol, dos mais de 1.000 que viria a marcar.

Aos 30 segundos de jogo amistoso contra o Clube Atlético Bragantino, o então futuro jogador da Copa do Mundo da Suécia naquele mesmo ano, abriu o placar para o Santos. Na partida de Bragança, o Santos acabaria vitorioso pelo placar de 4 x 1. Marcaram ainda pelo Peixe, Tite, Guerra e Pepe. Pelo Bragantino, o gol foi marcado por Zeca.

A delegação do Santos, que veio completa à Bragança Paulista, se hospedou no Grand Hotel Bragança, existente até hoje na Praça Central. Como o dia amanheceu chuvoso, muito comum em janeiro, o público foi bem abaixo do esperado e isso acabou ocasionando um problema financeiro, para o pagamento ser concretizado à diretoria santista.

O vice-presidente do Bragantino, Adib Mimesse, teve que sair às pressas do estádio e ir até sua loja localizada no Centro (Casa da Chaleira, também existente até hoje), para pegar parte do pagamento do cofre do seu estabelecimento comercial. Por isso, o amistoso começou atrasado em cerca de 30 minutos. Por fim, foram arrecadados nas bilheterias cerca de 88 mil cruzeiros.

Já na Copa do Mundo, em junho daquele ano, Pelé foi apresentado ao mundo e tornou-se o mais jovem jogador a fazer um gol em Copa. Ao todo, foram 6 gols, embora tenha estreado apenas na terceira partida, devido a uma contusão. O Brasil ganhou ali o seu primeiro título mundial, de um total de cinco conquistados – três deles com Pelé em campo.

Acervo Joel Mancinell
AMISTOSO CONTRA O BRAGANTINO – 1966

Se na primeira vez que esteve no Estádio Marcelo Stefani, Pelé ainda era um jogador sensação, que iria ser visto pelo mundo, na segunda vez, oito anos depois, já era bicampeão do mundo.

E assim como a fama aumentou, proporcionalmente os números de gols em cima do Massa Bruta também. Se em 1958 foi apenas um, em 1966 Pelé não teve dó dos mais de 5 mil torcedores do Bragantino e fez três gols com a camisa do Santos, que acabou vencendo pelo placar de 3×2, pelo Campeonato Paulista. Estes foram os gols de n° 816, 817 e 818 das 1.282 vezes que balançou as redes.

Essa partida ocorreu no mês de novembro e o público foi de 5.836 pagantes. Os gols do Bragantino foram marcados por Wilsinho Acedo e Aluísio.

MEMÓRIA VIVA

Dono de um dos maiores acervos do Clube Atlético Bragantino, o ex-jogador do clube e historiador Joel Mancinelli, que colaborou com dados e fotos desta reportagem, esteve na arquibancada do Estádio Marcelo Stefani, nas duas partidas que Pelé esteve em Bragança. Uma com 7 anos, em 1958 e outra com 13 anos, em 1966. Registros de jornais da época, chegam a mostrar Joel nas arquibancadas.

“Tive o privilégio de assistir os dois jogos com o Pelé em nossa cidade. Lembro claramente destes dias. No primeiro jogo choveu muito, então não tinha muita gente”, fala Joel, sobre a partida de 1958.

Já em 1966, Joel se lembra de um momento que o marcou. “No fim do jogo, ele deu um autógrafo pra mim. Ele estava dentro do carro, na rua onde ainda fica a saída do vestiário visitante até hoje. Ficamos esperando os jogadores do Santos, que iam embora em carros separados. Tinha uma fila de gente e eu peguei um pedaço de jornal para ele autografar”, relatou. Todavia, com o tempo, a recordação acabou se desfazendo.

FILME ‘A MARCHA’

O terceiro registro da presença de Pelé em Bragança, foi em 1971, para a gravação do filme ‘A Marcha’, que tinha como estrela principal o jogador, no personagem de Chico Bondade e que seria lançado em 1972.

A história do filme baseado na obra literária de Afonso Schmidt, mostra as lutas pela abolição da escravatura no Brasil. O escravo Chico Bondade se infiltra em vários lugares com o objetivo de incentivar os escravos a fugirem, em busca da liberdade.

Registros da época mostram que 70% do longa-metragem foram filmados em Bragança Paulista, em locais como a Fazenda Vista Bela, no bairro da Bocaina; o Clube Literário; em frente ao Museu Municipal; no Jardim Público; nas ruas da Região Central, como a Rua Coronel Leme, em frente a Sociedade Italiana e o Casarão do Juca Barbudo. Diversos moradores da cidade, atuaram como figurantes nas gravações.

Nos intervalos das gravações, Pelé esteve em estabelecimentos tradicionais da cidade na época, como a Padaria Estância e a redação do Jornal Cidade de Bragança.


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