Fim do abrigo? Prefeitura encerra convênio com ONG Faros D’Ajuda

Fim do abrigo? Prefeitura encerra convênio com ONG Faros D’Ajuda

A população de Bragança Paulista, principalmente aqueles preocupados com a proteção aos animais foram surpreendidos com uma notícia preocupante nesta sexta-feira (5): o prefeito Amauri Sodré do Grupo Chedid decidiu encerrar antes do prazo o convênio da Prefeitura de Bragança com a ONG Faros D’Ajuda, que presta serviços há quase duas décadas na cidade.

O “Comunicado à População” foi publicado nas mídias sociais da Organização Não Governamental e rapidamente repercutiu de forma negativa. Até o momento, não há uma justificativa do prefeito Amauri. Somente uma alegação genérica de ‘questão administrativa’ foi apresentada.

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O Em Pauta entrevistou com exclusividade a presidente da ONG Faros D’Ajuda, Marcia Davanso, que contou todos os bastidores do anúncio do encerramento do convênio que ocorreu no gabinete do prefeito Amauri Sodré. Este contrato iria até março de 2024, após ser assinado em 2019 na gestão de Jesus Chedid pelo período de 5 anos. Todavia, nesta reunião ocorrida no final de fevereiro, foi comunicado à entidade a antecipação do fim do convênio para 3 de setembro de 2023.

“Este último convênio foi feito por uma nova legislação. Então foi realizado um Chamamento Público, com participação de outros interessados e a Faros D’Ajuda ganhou. Era um convênio de 5 anos, com renovação anual. E, agora, iríamos entrar no último ano”, explicou Marcia, sobre como ocorreu a contratação.

Fotos: Arquivo

“Todo mês de janeiro fazemos a solicitação para a renovação. Apresentamos o pedido no início de janeiro e não tivemos informação nenhuma. E ficamos assim até o final de fevereiro, quando solicitamos uma reunião na Prefeitura. Quem participou foi o prefeito (Amauri Sodré), a vereadora Gi Borboleta e a secretária de Ambiente, Nádia. Era uma reunião só com o prefeito, porque a secretária de Meio Ambiente não dava resposta nenhuma pra gente. Eu ligava, cobrava, mandava ofício e não tinha nenhuma informação, estávamos trabalhando no escuro”, relatou.

De acordo com Márcia, nesta reunião a secretária Nádia foi a porta-voz em comunicar à entidade que o contrato seria renovado somente por 6 meses, portanto, sendo encerrado em setembro de 2023. “Eles não apresentaram nenhuma justificativa, se tem falhas nossas. O prefeito participou deste comunicado e alegaram ‘questão administrativa’ ”, disse.

“Estamos nesta incógnita, estão indo no abrigo, passando por cima da gente de várias formas, tirando fotos de várias coisas. Eu estava me preparando neste último ano, para fazer as rescisões trabalhistas, pagar os parcelamentos dos fornecedores, porque com um novo chamamento, não sabíamos se iríamos ganhar ou não em 2024”, afirmou a presidente.

ABRIGO MUNICIPAL DE CÃES E GATOS SERÁ FECHADO? 

“A entidade vai continuar aberta, porque existe um campo enorme de problemas relacionados aos animais a serem solucionados. A gente não vai fechar a Faros D’Ajuda, o que está acontecendo é que vão tirar a Faros D’Ajuda do abrigo”, desabafou Marcia Davanso.

Mais do que as questões administrativas e financeiras, o que tem deixado preocupados os voluntários e funcionários da Faros D’Ajuda é o destino dos mais de 550 animais que hoje estão no Abrigo Municipal. “O que nos deixa agoniados é a falta de informação do que vai acontecer com os animais. Eles não nos dão nenhuma informação do que pretender fazer com os animais, eles não conhecem os animais, não conhecem a dinâmica do abrigo, tem chego informações que eles têm buscado ONGs da região para distribuir os animais, que eles querem desativar o abrigo”, afirma Marcia.

Ainda de acordo com a presidente da ONG, no momento não há nenhum Chamamento Público aberto na Prefeitura de Bragança para contratação de outra entidade para administrar o Abrigo Municipal. “Não há tempo hábil em 4 meses”, concluiu.

OUTRO LADO

O Em Pauta enviou questionamentos à secretaria de Comunicação da Prefeitura, para saber as razões do fim do convênio antes do prazo e qual será o destino dos mais de 550 animais do abrigo. Quando obtivemos as respostas, esta reportagem será atualizada.

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9 comentários sobre “Fim do abrigo? Prefeitura encerra convênio com ONG Faros D’Ajuda

  1. E os animais doente pra onde serão levados?…Pra prefeitura? Ou pra casa do Prefeito? Pra algum lugar eles terão que ir

  2. É com muita tristeza que leio uma decisão tão absurda por parte do nosso Prefeito. A necessidade de manter o convénio com a Faros de Ajuda é essencial para os animais em necessidade e uma questão de saúde publica.
    Além de mostrar conceitos éticos e morais questionáveis, fica evidente que a Prefeitura está com as prioridades completamente equivocadas. Haja visto o dinheiro gasto por obras inacabadas com um custo enorme para o Município. No caso da ONG Faros da Ajuda, comprovadamente eles fazem um trabalho impecável com os recursos que são passados. Como diria Boris Casoy, ISTO É UMA VERGONHA

  3. O interessante é que ao transitar pelas vias de Bragança, nota-se uma série de obras (ainda em andamento) com jardins esquisitos (com telhas e tijolos de gosto duvidoso), enquanto uma questão de prioridade e saúde pública como esta é negligenciada. Lamentável.

  4. Lamentável a cidade gastar tanto com shows, artistas e esquecer o valor da vida que é prioridade, sem contar na questão de trânsito, nos acidentes que esses animais poderiam causar na via que já é precária em muitos pontos da cidade. Lamentável! Bragança era referência nacional por causa deste projeto.

  5. Por que ele não quer ajudar mais?
    Será que ele quer que sobre mais dinheiro para plantar mais flores nas rotatórias? Lamentável ter que ler isso.

  6. Esse cara desconsidero como prefeito nunca votarei num cara desse péssimo não gosta de ninguém só dele mesmo povo bragantino nunca aprende votar

  7. Cidade cada vez pior. O negocio aqui é so show, cachaça, e a imigrantes toda enfeitada com o que deve estar custando uma fortuna. Não traz investimentos nenhum para cidade. Ministerio publico tem muita coisa para averiguar aqui. Muita coisa deve estar errada.

  8. Uma pena! Aparentemente, falta sensibilidade do poder executivo na compreensão do problema.
    Vamos aguardar pelas explicações.

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