Alunos de 11 bairros de Bragança seguem sem transporte escolar

Quase um mês após o retorno das aulas escolares da Rede Estadual de Ensino, alunos de ao menos 11 bairros rurais de Bragança Paulista estão vivendo uma verdadeira maratona diária para ir à aula. Há relatos de crianças que têm que caminhar mais de 2 quilômetros debaixo do sol para chegar na escola e outras, que não compareceram nenhum dia.

A Prefeitura de Bragança Paulista voltou a ser a responsável pelo serviço, sendo que mais de 3 mil alunos dependem do transporte escolar. Em 2022, alunos chegaram a ficar sem ônibus e sem merenda escolar no início do ano letivo justamente porque a Prefeitura de Bragança Paulista decidiu cortar os convênios de alimentação e transporte escolar com a Rede Estadual de Ensino. Na época, a administração alegou questões técnicas e financeiras.

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Desta vez, o problema de falta de transporte acontece justamente por causa do movimento inverso. A Prefeitura que tinha cancelado a prestação do serviço, decidiu reassumir a responsabilidade do transporte de alunos da Rede Estadual e a empresa JTP não deu conta de realizar o serviço.

FALA SECRETÁRIO!

Adilson Moreira Condesso, secretário de Educação de Bragança concedeu uma entrevista à FM 102, de propriedade do Grupo Chedid e antes mesmo de explicar os problemas disse: “Não são desculpas, são informações”.

Após contextualizar sobre como foram os bastidores da mudança de responsabilidade do Estado para a Prefeitura, o secretário comentou sobre a ineficiência da empresa JTP em conseguir ofertar o transporte escolar.

“Não estou aqui defendendo. Isso é problema deles. Se eles têm um contrato, eles que se virem, porém, a gente tem que ter o pé no chão. Temos que entender que Bragança não é uma cidade que tenha tanta mão de obra. Motoristas de transporte escolar tem que ter cursos especializados, é um regramento muito complicado. O número de profissionais na cidade é meio restrito”, afirmou.

Nestes quase 30 dias desde o início das aulas, a situação melhorou, mas não está resolvido, de acordo com Condesso. “A coisa começou muito mal, não tinha transporte para nenhum aluno. Hoje temos 11 linhas da Zona Rural” (sem transporte), disse.

“Mas a empresa, mediante várias notificações e o prefeito determinou a lavratura de uma multa contratual que chega na ordem de R$ 2 milhões para que a empresa dê cumprimento ao contrato”, disse.

“A partir do momento que ela aceitou, ela tem que se virar”, afirmou Adilson.

QUANDO SERVIÇO SERÁ NORMALIZADO?

De acordo com o secretário, o proprietário da empresa JTP o informou que irá “equacionar a maioria das linhas nesta semana” e “uma ou outra linha” resolverá na semana que vem.

“Se não der conta, vamos multar de novo. Sou solidário aos pais e aceito todas as críticas que vem. O prefeito me cobra relatórios diários e todo dia a gente toma bronca”, concluiu Condesso.

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