Bragança tem 600 mulheres na fila de espera da mamografia
A reportagem do Em Pauta “Termografia locada para Bragança por R$ 1 milhão é ineficaz, afirma Sociedade de Mastologia”, continua repercutindo, agora, finalmente com o posicionamento oficial da Prefeitura de Bragança Paulista.
Um dado que chama a atenção é que enquanto 900 mulheres foram atendidas com o “Projeto LINDA”, que de acordo com a empresa responsável “não substitui a mamografia pois não é um método diagnóstico definitivo”, outras 600 mulheres de Bragança Paulista estão na fila por um exame de mamografia. Este sim apontado como “padrão ouro”, pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
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RECOMENDAÇÃO À MAMOGRAFIA
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, “a mamografia de rastreamento – exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama – é recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Em Bragança Paulista é recomendado a faixa etária entre 40 a 70 anos, uma vez ao ano”.
A pasta ainda informa que os exames de mamografia são realizados pelo Ambulatório de Especialidades Médicas Municipal, pelo Hospital Universitário (HUSF) e pelo AME Atibaia. “Hoje temos 602 mulheres aguardando o agendamento, cujo tempo de espera é em média 30 dias, salvo aqueles exames que têm caráter de urgência e, portanto, são priorizados. Exames que apresentaram alguma alteração, são assistidos por médicos mastologistas da rede própria ou conveniada”, informa.
A Prefeitura ainda reforça que disponibiliza o serviço do telefone 0800 779 0000 para mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos, as quais não precisam de pedido médico para fazer o agendamento.
POLÊMICA LINDA
Especificamente sobre o “Projeto LINDA”, cuja Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) entende que “até o momento não foram identificados estudos sobre a eficácia do rastreamento com termografia mamária na redução da mortalidade geral ou por câncer de mama”, a Secretaria Municipal de Saúde informa que a tecnologia “vem para apoiar decisões clínicas, principalmente para as mulheres mais jovens, ou seja, de 18 anos ou mais, que não pertencem a faixa etária recomendada, porém também são acometidas pelo câncer de mama”.
De acordo com a Prefeitura, a equipe que realiza o exame foi capacitada pela empresa contratada e ao final do exame é entregue à mulher um folder explicando como a paciente receberá o resultado, e entre outras informações consta: mulher na faixa etária de 40 a 70 anos deve fazer mamografia 1 vez ao ano. Vale lembrar, que tal informação nunca foi divulgada à imprensa pela Secretaria de Comunicação na ocasião da divulgação do “Projeto LINDA”.
“Salientamos que após a realização do exame, o laudo é emitido por médico, o qual avalia se há anomalia (inconformidade) e em apresentando, imediatamente é agendado exame de mamografia e/ou ultrassom”, esclarece a Secretaria de Saúde.
Sobre as Notas e Diretrizes, como as da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da CONITEC – Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (órgão vinculado ao Ministério da Saúde), a Prefeitura informa que no decorrer do processo da preparação da licitação e contratação dos serviços, teve sim conhecimento de alguns documentos, porém como o FDA (Food and Drug Administration) tem posicionamento favorável a equipamentos similares, optou pela locação ao valor de R$ 1.106.400,00, pelo período de 12 meses, para locação de 4 aparelhos. Deste valor, R$ 148.800,00 é para a contratação do software; R$ 921.600,00 para a realização de 23.040 “exames para diagnóstico de lesões de mama” e R$ 36.000,00 da locação dos aparelhos.
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