Coluna Marcus Valle e o aumento dos vereadores
Votação polêmica
Repercutiu muito mal no município a aprovação pela Câmara Municipal (por 12 votos contra 6) de reajustes de subsídios (vencimentos) dos vereadores, prefeito, vice-prefeito e secretários.
Como sempre – para evitar tempo da opinião pública se consolidar – os projetos foram rapidamente “discutidos” e “votados” em pouquíssimo prazo (sessões extraordinárias).
O pior de tudo é que se criou também um cargo de alta remuneração (19 mil mensais) no Legislativo, através de outro projeto, que entrou no “pacote”.
Vereador: Vencimentos
É normal e natural que vereadores, prefeitos, secretários tenham direito a reajustes nos seus vencimentos. São funções de grande responsabilidade, que obviamente não são prestadas gratuitamente.
Mas tais vencimentos e reajustes tem de ser justos, proporcionais, sem exageros, acompanhando aos dos trabalhadores normais.
Mas o que se observou nesses casos, foi uma votação rápida, envergonhada, e sem critérios.
Vereadores
No último reajuste (último ano do governo Fernão) dos vencimentos de edis bragantinos, eu era vereador e votei contra, sozinho (18×1).
Na ocasião entendi que o percentual era exagerado, ultrapassava os índices de inflação.
A repercussão foi tão ruim que os vereadores da ocasião, tentarem reduzir o valor do aumento, mas a maioria não concordou.
E o subsídio ficou na época em cerca de 12 mil reais brutos (altíssimo), e permaneceu até agora nesse valor.
De repente, apresentam um valor de reajuste acima da inflação. Eu votaria contra de novo, se ainda fosse vereador.
Prefeito
Admito que prefeitos tem enorme responsabilidade, e devem que ser remunerados adequadamente (como um executivo de empresa, por comparação).
Recebendo bom “salários”, podemos exigir deles mais ainda, honestidade e que não tenham ou recebam vantagens e favores de grupos econômicos.
O projeto de Bragança tornaria o vencimento maior do que os de governadores, o que é desproporcional. Eu votaria contra também.
Secretários…
Talvez os secretários merecessem uma melhora nos seus vencimentos. Fica difícil para um administrador sério e honesto (prefeito), conseguir atrair pessoas competentes e técnicas, com valores abaixo do que a iniciativa privada paga para Executivos de imprensas.
Podemos conseguir alguns bons quadros, mas são exceções.
Nesse caso, um prefeito conseguiria atrair aposentados ou novatos para as secretarias, já que poucos deixariam o mercado (iniciativa privada) para assumir um cargo transitório (no máximo 4 anos) e com tanta visibilidade, fiscalização e responsabilidade.
Supercargo – Absurdo
Mas o projeto que criou um supercargo de comissão de Secretário Geral (salário de 19 mil reais) na Câmara, é absurdo no mérito, e pode ter sérios problemas de legalidade.
No mérito é inadmissível se criar esse cargo político (sem concurso) oneroso e desnecessário. Ele vai custar mais de 300 mil anuais (com encargos).
Além do mais, recentemente cargo semelhante foi criado, e a justiça julgou ilegal.
É uma afronta a aprovação desse projeto.
Arena do lago
Depois de mais de um ano fechada, e de muitos protestos, reabriram a Arena do Lago do Taboão. A obra anunciada e atrasada não foi realizada como prevista, e só pintaram o local, e deram uma pequena melhoria no piso.
Mês com mais problemas
É fato notório e recorrente que nesse mês de dezembro aumentam em muito os casos de suicídios, depressão, ansiedade e outros problemas mentais.
As razões são várias: festas natalinas, solidão superdimensionada, maiores despesas etc.
É necessária uma maior atenção por parte do Poder Público para a saúde mental da população nessa época.
Opiniões seletivas
Impressionante como muitas pessoas deixam a paixão, o ódio, fazer suas cabeças de forma injusta e seletiva.
Nesses casos, o que é errado o “inimigo” fazer, é certo se foi o amigo que fez…
Há muitos exemplos dessa “seletividade” hipócrita.
No conflito Hamas x Israel, ouço e vejo muitos absurdos, de “lado a lado”.
Há quem comemore (e são muitos) que 1.500 civis israelenses tenham sido mortos num atentado terrorista.
Há quem comemore (e são muitos, também) que os palestinos, civis, mulheres ou crianças, sejam mortos, embora não sejam do Hamas ou combatentes.
E a rachadinhas no Brasil? Se é da família Bolsonaro, ou é mentira, ou é normal para muitos. Se é do inimigo “ Deputado Janones”, é gravíssimo.
Para os apaixonados do outro lado, se é Janones, é mentira, é normal. Se são os Bolsonaro é gravíssimo.
O certo seria ver todos os casos com “isenção” sem paixões, com o mesmo critério. “Cada caso é um caso”, que tem que ser analisado com todas as circunstancias, informações confiáveis, e imparcialidade.
Mas, no mundo do “nós contra eles” isso não ocorre.
Juro que é verdade
Pessoas fazem bobagens primárias, por distração, ansiedade ou falta de habilidade manual.
No meu caso… as vezes, só as vezes… acontece pelos 3 motivos.
Tempos atrás eu ganhei uma taser (maquininha de choque) e a levava sempre quando ia caminhar em matas ou em locais onde pudesse ocorrer ataques de cães (eles se afastam só com o barulho).
Sempre levei comigo, mas felizmente nunca precisei usar. Daí… na última vez que eu portei, estava andando na mata com meu cachorro, e fui testar se ela ainda funcionava, apertei a 1ª trava, a 2ª, e “tzzzzzzzz” apliquei 1 choque de 1 segundo no próprio braço. O taser caiu, eu cambaleei, e senti a dor do choque, e o pior… a dor moral da “burrice”.
Contei para algumas poucas pessoas… mas evitei de divulgar o imbecil acidente.
Noutro dia fui a um jantar e me encontrei com o advogado Mauro Zechin. Ele estava com o pé todo machucado, e me contou que havia comprado uma lavadora wapp, lavou o carro, a moto, e resolveu também limpar o chinelo que calçava. Resultado: o forte jato tirou a pele dos dedos do pé.
Essa narração do Dr. Mauro me consolou e motivou a contar o episódio do “choque com o taser”.
Pergunto: Qual dos dois é pior?
*Marcus Valle é advogado, professor universitário e ex-vereador.
Contato: [email protected]
A Coluna do Marcus Valle é publicada todos os sábados. Para conferir as colunas anteriores basta clicar aqui.
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