Com hospitais lotados Saúde cogita restrições, mas prefeito Jesus Chedid mantém silêncio

Com hospitais lotados Saúde cogita restrições, mas prefeito Jesus Chedid mantém silêncio

Há uma semana, Bragança Paulista vive o seu pior momento da pandemia da COVID-19. O número de mortes explodiu e o prefeito Jesus Chedid mantém o silêncio, apesar da secretária de Saúde, Marina de Fátima Oliveira ressaltar que não há outra saída a não ser a adoção de medidas restritivas.

O Em Pauta tentou acompanhar a vacinação do prefeito Jesus Chedid contra a COVID-19, durante a semana,  com o objetivo de poder questioná-lo sobre o momento atual da pandemia, mas a sua assessoria, no entanto, vetou. Alegou que devido a a pandemia não seria possível, blindando-o de um encontro com a imprensa.

Por e-mail, desde a semana passada, o Em Pauta envia questionamentos para a Prefeitura de Bragança Paulista sobre a transferência de pacientes, aluguel de novos leitos e adoção de novas medidas de restrição. A Secretaria de Comunicação, no entanto, não responde as demandas há quase uma semana.

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O aumento dos números

Enquanto o silêncio impera no Executivo, a população sofre sem informações claras. Diferente do que acontece em diversas cidades, a taxa de ocupação hospitalar dos leitos particulares e de convênio continua sendo omitida nos boletins diários, mortes em outras cidades são contabilizadas com até um mês de atraso e os números não param de subir.

A secretária Marina, que chegou a se pronunciar diariamente via Live, em épocas bem menos críticas, agora aparece uma vez por mês e sem direito a perguntas da imprensa.

Na sábado passado, dia 20, o município registrava 9.195 casos confirmados de COVID-19, além de 142 mortes. A taxa de ocupação de UTI  era de 103% e a de enfermaria estava na casa de 90%.

Passada uma semana, neste sábado, 27, Bragança Paulista tem 9.726, ou seja, 531 casos há mais. As mortes, por sua vez saltaram de 142 para 156, o que indica o registro de 14 mortes em apenas uma semana. A pior semana no município, desde o início da pandemia, há um ano.

Apesar da taxa de UTI ter caído de 103% para 100% em uma semana, não há motivo para alívio afinal muita gente morreu. Além disso, equipes médicas estão transferindo pacientes para outras cidades. A taxa de ocupação de enfermarias que também chegou a 100% hoje está em 96%, o que é sinal de alerta.

Na quarta-feira, 24, a secretária de Saúde, Marina Oliveira esteve na Câmara Municipal. Os vereadores a questionaram sobre a pandemia e ela foi categórica ao afirmar que já havia apresentando ao prefeito Jesus Chedid o aumento dos números e sugestões de medidas restritivas.

A secretária, no entanto, não informou quais medidas eram estas. De qualquer maneira,  apesar dela cogitar endurecimento da quarentena em Bragança Paulista, nada saiu do papel.

Diferente do que acontece em outras cidades, o prefeito Jesus Chedid apenas acatou as medidas impostas pelo governador João Doria. O governador colocou Bragança Paulista na Fase Laranja do Plano São Paulo, junto com outras cidades da região de Campinas.

Reunião com vereadores

Na tarde de sexta-feira, 26, o Prefeito Jesus Chedid se reuniu com os vereadores da Comissão Permanente de Educação e Cultura, Esporte, Saúde, Saneamento e Assistência Social da Câmara Municipal para tratar sobre assuntos de interesse público.

Segundo sua assessoria, ele mostrou aos vereadores José Gabriel Cintra Gonçalves, Camila Marino e Marcos Roberto dos Santos os dados de evolução de casos confirmados e óbitos desde março do ano passado até a presente data. Disse ainda que a Prefeitura, por meio do Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da Covid-19, está atenta à situação.

Segundo a Prefeitura de Bragança Paulista, o Comitê está se reunindo diariamente e a qualquer momento pode sair qualquer medida de restrição.

Até o fechamento desta reportagem, no entanto, nada foi anunciado, apesar de em menos de dois meses o município já ter registrado mais de 50% do número de mortes contabilizadas em 2020.

Entre março e dezembro de 2020 o município teve 103 óbitos em decorrência da COVID-19. Este ano já foram contabilizados oficialmente 53 mortes.

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