Copa do Mundo: o que fazer com os cães na hora dos fogos?
O Brasil estreia hoje na Copa do Mundo do Catar e embora, os fogos de artifício barulhentos sejam proibidos em Bragança Paulista, ainda há pessoas que desrespeitam as leis e usam os artifícios para comemorar gols e vitórias. Além de crianças e idosos, quem também sofre com isso, muitas vezes, são os cães.
Segundo Camilli Chamone, geneticista, consultora em bem-estar e comportamento canino e criadora da metodologia neuro compatível de educação para cães no Brasil, assim como os humanos, os cachorros também podem sofrer de fobias por vários motivos, como som de fogos.
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“No cão, o quadro fóbico equivale a uma crise de síndrome do pânico em humanos. Ou seja, ele se vê em uma situação de risco de morte eminente e sua segurança ameaçada. Com isso, ocorre um disparo muito intenso de adrenalina em seu corpo, pela sensação de estar em perigo”, explica.
De acordo com ela, é diante de uma quadro de fobia como este que começam os comportamentos compensatórios – e até perigosos. “É comum ficar embaixo da cama ou outro lugar para se sentir seguro. Também pode se automutilar, machucar alguma parte do corpo, e destruir a casa, para amenizar a intensa ansiedade. A adrenalina também o faz querer fugir, e aí vem um perigo ainda maior: arranhar portas, a ponto de perder as unhas com isso; ou quebrar vidros e pular janelas, causando fugas e acidentes – até fatais”, exemplifica.
O que fazer ?
Camilli Chamone indica que se o seu cãozinho ainda é filhote, ou mesmo adulto, e não tem medo de fogos de artifício, é importante, prepará-lo para lidar com os barulhos. Assim, a chance de se tornar fóbico diminui, pois o medo de fogos é aprendido e pode surgir a qualquer momento na vida do cachorro.
A ideia é habituar o animal a estes barulhos com antecedência. “É possível colocar som de fogos, por exemplo, encontrados na Internet, e fazer companhia a ele. Se permanecer tranquilo, aumente o som e vá fazendo suas atividades normalmente. Se ele ficar desconfortável, abaixe o som e depois aumente gradativamente, fazendo o treino por vários dias. Isso ajuda a naturalizar o barulho”, enfatiza.
Em dias de jogos, como hoje e também na virada do ano, que se aproxima, o correto é pegar o animal no colo (se possível e se ele gostar), além de fazer carinho, brincar ou dar comida. “A ideia é redirecionar a atenção dele para algo bom, para que não ocorra uma associação negativa com o barulho. Assim, aquela experiência é transformada em algo positivo”, sugere.
Meu cachorro tem medo, e agora?
Se o seu cachorro já tem medo de fogos você deve ter em mente que ele já está em um alto grau de sofrimento. “Brigar, dar broncas ou deixá-lo sozinho só vai piorar o pânico, exacerbando ainda mais a crise. Em situações como essa, é sempre importante acolher, em vez de brigar”.
Para isso, Chamone traz recomendações:
- Nunca deixe o cão sozinho diante dessa situação.
- Gaste a energia do peludo antes de os fogos começarem.
- Abafe o som o máximo possível, fechando portas e janelas.
- Ligue uma música para despistar o som externo.
- Em casos graves de fobia, buque orientação com o médico veterinário, que poderá prescrever um medicamento para ajudá-lo a acalmar.
“A fobia não tem cura, mas é possível ensinar o cachorro a lidar com os fogos sem tanto sofrimento e, claro, tornar esse período de Copa mais tranquilo – para ele e, consequentemente, para toda a família”, acrescenta.
Uma dica importante é fazer, antes do jogo, um super passeio com o animal até ele cansar, preferencialmente em lugares mais vazios, com bastante natureza e que ele explore bastante o olfato; esse estímulo produz relaxamento do sistema nervoso central. Assim, diminui naturalmente a ansiedade, pois o cão drenou sua energia”, finaliza.
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O problema que a fiscalização também para pra ver o jogo. Daí os pera que lutem.