Crise nacional e campanha curta contribuem com indefinição no cenário local

Crise nacional e campanha curta contribuem com indefinição no cenário local

 

A crise política que afeta o cenário nacional contribui e muito com as indefinições no cenário político local. Se nas eleições de 2012, por exemplo, todos os candidatos buscavam o apoio do advogado Rodrigo Morales, este ano o mesmo tem sido deixado de lado, pelo menos publicamente, devido sua citação na Lava Jato.

Com as novas regras eleitorais, Morales só poderia contribuir com campanhas se fizesse uma doação pessoal, já que, pela primeira vez,  as campanhas serão financiadas exclusivamente por doações de pessoas físicas e pelos recursos do Fundo Partidário.

Dinheiro para campanha é sempre bem vindo para os candidatos, mas qual deles vai querer sair na foto com Rodrigo Morales ou então com o prefeito Fernão Dias que diante de toda a crise, defende com unhas e dentes o seu partido, o Partido dos Trabalhadores (PT).

Muito provável, que nenhum.

Não é à toa, que Fernão Dias vem sendo deixado de lado e perdendo a cada dia o apoio dos partidos, que outrora, o apoiaram e participaram de seu governo.

O eleitor, de um modo geral, não acredita mais em político e diante disto, há a expectativa inclusive de um grande numero de abstenções, votos nulos e brancos.

O cenário nacional e a descrença na classe não são os únicos fatores que contribuem com a indefinição local. O povo quer saber quem serão os candidatos e não há resposta. Um outro fator que contribui com isto, são as mudanças eleitorais  já que a campanha em si, foi adiada e ficou mais curta.

É por isto, que até agora, existem muitos pré-candidato e poucas certezas.

Enquanto isto, o jogo de xadrez nos bastidores continua.

Fernão Dias, que teoricamente, seria um candidato nato à reeleição, amarga uma grande rejeição e não confirma e nem descarta sua candidatura. (Leia matéria (http://bragancaempauta.com.br/prefeito-fernao-dias-analisa-possibilidade-de-ser-candidato/ ).

Frangini, que perdeu o pleito anterior por apenas 21 votos, deixou o grupo que o elegeu após declarações dadas pelo ex-prefeito Jesus Chedid de que ele é pré-candidato pelo Democratas. Em contato com a reportagem do Bragança Em Pauta, Frangini se comprometeu a conceder uma entrevista nos próximos dias.

Por enquanto, nos bastidores da política existem dois fortes comentários: o primeiro que sua briga com o Grupo Chedid, não foi verdadeira e que ele, mesmo agora estando no PPS, será candidato com apoio dos Chedid.

O segundo, comentário nos bastidores é de que Frangini busca um bom candidato à vice, para uma candidatura independente e que neste sentido, rejeitaria nomes como o de Jango, a fim de propor uma candidatura livre dos grupos que administraram a cidade nos últimos anos.

Fato é que com o fim do prazo de filiações no dia 2 de abril, os partidos já demonstram alianças e neste jogo de xadrez, só PPS não disse de que lado está: Chedid ou Unidos por Bragança.

Já que Fernão Dias, embora pareça rejeitado pelo grupo Unidos por Bragança, já declarou que adoraria enfrentar um Chedid na eleição e PSOL e PSTU se posicionam como partidos de esquerda e já lançaram a pré-candidatura de Renan Oliveira.

Uma candidatura solo do PPS seria fadada ao fracasso, segundo especialistas. Restam as perguntas: o PPS vai se juntar ao Grupo Chedid ou ao grupo Unidos por Bragança? Ou partidos dos grupos Chedid e Unidos por Bragança irão romper e formar um novo grupo?

Depois de sair em fotos e mais fotos, declarando apoio a um grupo, mesmo sem a escolha propriamente dita do candidato ou candidata a prefeita, quem vai correr o risco de mudar de ideia no meio do caminho?

Com as redes sociais cada dia mais presentes, na comunicação dos pré- candidatos, os riscos são enormes.

O quadro hoje é este: de um lado Jesus Chedid, Beth Chedid, Gi Borboleta, Amauri Sodré, e Marquinhos Chedid. Do outro: Rodrigo Pires Pimentel, Fabiana Alessandri, Gustavo Sartori, Rita Valle e Jango. Correndo por fora estão o PT, que ainda é uma incógnita, Renato Frangini e Renan Oliveira.

O fato é que independente do cenário continuar indefinido as novas regras permitem que os pré-candidatos divulguem posições pessoais sobre questões políticas e possam ter suas qualidades exaltadas, inclusive em redes sociais ou em eventos com cobertura da imprensa.

Isto está crescendo a cada dia e vai aumentar até a data de realização das convenções para a escolha dos candidatos. já que  é uma forma, que os pré-candidatos encontraram para que o eleitor saiba que irão disputar as eleições.

Agora, as convenções devem acontecer de 20 de julho a 5 de agosto de 2016. O prazo antigo determinava que as convenções partidárias deveriam ocorrer de 10 a 30 de junho do ano da eleição.

Alguns fazem uma ação mais discreta, outros postam fotos de tudo que fazem e a todos lugares que vão. É preciso muito cuidado para não correr risco de fazer campanha antecipada já que só após as convenções é que a campanha em si começa.

Com as novas regras, o tempo da campanha eleitoral foi reduzido de 90 para 45 dias, começando em 16 de agosto. O período de propaganda dos candidatos no rádio e na TV, por sua vez, foi diminuído de 45 para 35 dias, com início em 26 de agosto.

Até lá muita coisa ainda pode acontecer.