Curso gratuito sobre racismo e esporte está com inscrições abertas
Edson Arantes do Nascimento tornou-se o Rei do Futebol apesar da cor de sua pele: tornou-se, assim, o primeiro herói negro brasileiro de alcance global, inspirando e incentivando pelo exemplo milhões de outras pessoas. Pelé, porém, sempre evitou falar sobre racismo, e é cobrado por isso até hoje.
Tentar compreender melhor as atitudes do Rei Pelé ao longo do século XX no Brasil é justamente um dos objetivo do curso gratuito de racismo e esporte promovido pelo Museu do Futebol.
Você sabe, afinal, o que é racismo e porque esse tema está cada vez mais debatido no nosso dia a dia? O que tudo isso pode nos dizer sobre o Brasil de ontem e hoje? Para debater o assunto com profundidade é justamente o objetivo do curso.
As aulas acontecerão online pelo YouTube do Museu do Futebol, com emissão de certificado para quem realizar inscrição prévia e assistir os encontros ao vivo.
Os encontros são sempre às terças-feiras, nos dias 3, 10 e 17 de novembro, das 10h às 12h, tendo como professores o historiador Amailton Magno Azevedo, professor de Pós-Gradução em História da PUC-SP; a professora de pós-graduação em Letras da UNIFESP Ligia Fonseca Ferreira; e José Paulo Florenzano, professor de Antropologia Social na PUC-SP.
No dia 24, por sua vez, haverá uma aula-bônus com a participação de atletas negros debatendo como o racismo influenciou suas trajetórias.
O curso faz parte das comemorações pelo Dia da Consciência Negra celebrado no dia 20 de novembro e também é parte da programação cultural associada à exposição Pelé 80 – O Rei do Futebol, em cartaz desde o dia 15 de outubro.
O curso visa apresentar, nas duas primeiras aulas um panorama sobre o racismo no Brasil: como ele se constitui enquanto estrutura que fundou nossa sociedade, desde o período colonial, do ponto de vista jurídico, comportamental, cultural e simbólico.
A última aula trará foco nos esportes: como manifestações de nossa sociedade a prática esportiva não está imune ao racismo, ainda que tenhamos nos acostumados a ver negros bem sucedidos nesse campo. Pelé, pelo simbolismo que representa mundialmente, é um dos casos bons para pensar o quanto o futebol no Brasil – que durante décadas acomodou o discurso da “democracia racial” – é um espelho da estrutura racista que impera no país.
PROGRAMAÇÃO
Aulas sempre das 10h às 12h em www.youtube.com/museudofutebospaulo
Dia 03/11 – Racismo: o mal estar civilizatório do nosso tempo
Com Amailton Magno Azevedo – Prof. Dr. do Programa de Estudos Pós Graduados em História e do Departamento de História da Faculdade de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).
Seria o racismo o mal estar civilizatório do nosso tempo? Seria o racismo brasileiro semelhante ou diferente do norte americano? Quais seus antecedentes históricos? Haveria formas de superação do racismo? Pretende-se com essas questões abordar o racismo anti-negro no Brasil e seus desdobramentos no futebol.
Dia 10/11 – Aula com Ligia Fonseca Ferreira
Profa. Dra. do curso de graduação e pós-graduação em Letras da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Conselheira do IDBrasil, organização social de cultura gestora do Museu do Futebol e Museu da Língua Portuguesa.
Dia 17/11 – Aula com José Paulo Florenzano
Prof. Dr. de Antropologia Social na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
Dia 24/11 – Dialogando sobre(vivências) de atletas negros
Atletas negros e negras discutem como o racismo afetou suas trajetórias no esporte, e como esta prática prejudicou ao longo dos anos o acesso a instancias de poder, tolheu comportamentos e trouxe consequências aos que se posicionaram neste cenário.
INSCRIÇÕES
São gratuitas e obrigatórias para quem desejar receber certificado de participação. As inscrições para a Aula 1 já estão abertas e podem ser feitas por meio deste link: https://is.gd/racismoaula1.
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