Dragão e Nove farão Carnaval 2016 com recursos próprios e patrocínios
Fotos: Arquivo DIMP
Bragança Paulista, conhecida em todo o Estado, pelas suas tradicionais três ou quatro noites de desfiles carnavalescos, terá em 2016, apenas um dia de desfile de escolas de samba na Passarela Chico Zamper, graças ao trabalho de apaixonados pelo samba, que parecem atender os pedidos de Edson Gomes da Conceição e Aloísio Silva, eternizados na voz de Alcione “Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar …”
A reportagem do Bragança Em Pauta, conversou com o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de Bragança Paulista (LIESB), Paulo Rogério Pires de Oliveira, mais conhecido como Paulinho do Barril, que enalteceu o trabalho desenvolvido pelas escolas Dragão Imperial e Nove de Julho, para que a cidade não ficasse sem desfiles este ano, por falta de apoio financeiro da administração municipal.
Paulinho afirmou que assim que a Prefeitura de Bragança Paulista anunciou que, devido à crise, não concederia subvenção para realização do Carnaval, nem arcaria com despesas com estrutura de arquibancadas, fechamento e som, as escolas e a liga começaram a se movimentar para garantir aos cidadãos a alegria dos desfiles.
O presidente informou que uma empresa de eventos, havia se interessado por realizar o Carnaval em Bragança, e que para isto, concederia as escolas Dragão Imperial, Nove de Julho, Acadêmicos da Vila e Lavapés, uma verba de R$ 30 mil para que cada uma desfilasse. A empresa, exploraria a venda de ingressos e a Praça de Alimentação.
Várias reuniões foram realizadas com a empresa, mas os representantes das escolas Acadêmicos da Vila e Lavapés, optaram por não desfilar e com isto, a empresa optou por não realizar o negócio.
Em recente entrevista, ao Bragança em Pauta, o presidente da Vila, João Afonso Sólis (Jango), disse que a sua escola não irá desfilar, por questões de segurança, já que a Passarela Chico Zamper, não será fechada como nos anos anteriores em que ele era prefeito da cidade. Disse ainda, que as escolas estavam recebendo R$ 30 mil de um empresário para desfilar, mas que ninguém sabia de onde o dinheiro vinha e que a Acadêmicos da Vila não podia concordar com isto.
O presidente da LIESB, rebateu as afirmações do ex-prefeito informando que não existe R$ 30 mil de empresário nenhum.
Reafirmou que como a Vila e o Lavapés, recusaram desfilar, a empresa que tinha interesse em realizar o evento, desistiu da ideia e que, portanto, Dragão e Nove de Julho, estão realizando o Carnaval com 100% de recursos próprios e patrocínios, que cada agremiação correu atrás. As duas escolas farão apresentações inclusive em outras cidades da região e clubes, afim de arrecadar recursos.
Ele acrescentou ainda que Jango foi convidado, como presidente da Vila, para várias reuniões com a empresa e que nunca a liga escondeu nada das escolas.
A Nove de Julho e a Dragão Imperial desfilarão no sábado, dia 6. O sorteio deverá acontecer nos próximos dias, mas estão programados para as 21h30 e 22h30.
Paulinho informou que a Prefeitura, apesar de não conceder subvenção, dará suporte básico ao evento, realizando as interdições necessárias, fornecendo a iluminação para a passarela, máquinas e apoio para as áreas de concentração e dispersão, além de policiamento da Guarda Civil e ambulâncias. O som e os jurados ficarão a cargo da LIESB.
Ele informou ainda que não haverá Praça de Alimentação e que, portanto, os ambulantes devidamente cadastrados na Prefeitura, poderão atuar no local.
Com relação ao fato de apenas duas escolas desfilarem Paulinho explicou que o evento não deixa de ser um evento oficial da LIESB por causa disto e que vai sim haver uma escola campeã, porém, devido as adversidades, a liga não realizará punições para as escolas que ficaram de fora. A apuração dos resultados acontecerá na quarta-feira de cinzas, na sede da LIESB, na Concha Acústica, a partir das 12h.
Há 9 anos à frente da LIESB, Paulinho disse que com certeza, a cidade perde muito sem o tradicional Carnaval. “A cidade perde muito sem os desfiles em todos os aspectos. Perde cultura. Perde turismo. Perde fonte de diversão e alegria para que não tem outras oportunidades”, afirmou.
Para finalizar, ele lembrou ainda que a subvenção que a Prefeitura concedia normalmente às escolas, não era suficiente para a realização dos desfiles. “As escolas sempre investiram dinheiro próprio e buscaram apoio de patrocinadores, o dinheiro da Prefeitura vinha para complementar”, acrescentando que diante disto é claro que este ano, os desfiles serão menores e menos luxuosos.