Empresário de Bragança é investigado pela Polícia Civil por estelionato
Mais de 30 pessoas procuraram a Polícia Civil de Bragança Paulista somente nesta segunda-feira (13) para registrar ocorrência contra a loja Carvanne Automóveis, localizada na Avenida Antônio Pires Pimentel, no Centro. Uma força-tarefa está sendo realizada no Plantão Central e o atendimento deve entrar na madrugada.
O comércio encontra-se fechado e sem praticamente nenhum veículo em seu interior. O proprietário é investigado pela Central de Polícia Judiciária (CPJ) por suposta prática de estelionato, falsidade documental e associação criminosa com vistas à sonegação fiscal.
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Na última semana a Polícia Civil esteve na loja e cumpriu mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça local. Foram apreendidos documentos diversos e celulares, que agora colaboram com as investigações. O investigado, proprietário da loja, bem como funcionários prestaram depoimento na CPJ e foram liberados.
“O cliente levava o seu veículo até a loja e era realizado um contrato de consignação ou de compra e venda – um contrato de gaveta. E o carro ficava em exposição. Ele (o proprietário da loja) pegava os parceiros dele e mediante comissão usava o nome deles para fazer um financiamento, sem o proprietário do veículo saber ou autorizar. O valor era creditado na conta da loja. Uma outra pessoa comprava o carro, que estava sem essa alienação e quando a pessoa procurava o DETRAN, não conseguia fazer a transferência”, explicou a delegada Nágia Cássia de Andrade, sobre as práticas adotadas pela loja.
“A Polícia Civil não lacrou a loja e não pode apreender os veículos, pois eles estão regulares e os seus financiamentos é que estão sendo questionados”, complementou a delegada responsável pela investigação.
“Agora com as pessoas tentando resgatar os seus veículos e não conseguirem, podem realizar o Boletim de Ocorrência para investigação de suposta apropriação indébita (artigo 168 do Código Penal)”, concluiu. Inicialmente foram 6 clientes lesados, mas a explosão de casos nesta segunda-feira, o número deve ser muito maior.
COM A PALAVRA: AS VÍTIMAS
Na manhã desta segunda-feira, um grupo de clientes esteve na porta da Carvanne Automóveis em busca de explicações. O Em Pauta também esteve no local e verificou que dentro da loja existem poucas motos e mais nenhum carro.
“Eu comprei dois carros e os dois estão com outro financiamento. Não consegui passar nenhum dos carros para o meu nome, não consigo fazer a transferência”, relatou o comerciante Gregório Araújo, de Bragança Paulista.
“Ele financiou um carro em meu nome, as parcelas estão atrasadas e fiquei sabendo quando chegaram as cobranças. Depois, surgiu um outro financiamento em meu nome, virou uma bola de neve. Estou com financiamento na BV, no Itaú e no Santander com esse cara. São R$ 250 mil de prejuízos”, contou o fabricante de máquinas, Fernando Charles da Silva, de Mairiporã.
“Entreguei uma EcoSport com documento em dia, as prestações em dia, com pagamento adiantado e hoje está com 3 parcelas vencidas e licenciamento vencido. Fora este carro, tenho também uma Saveiro que está em poder dele e ele não transferiu e sumiu com o carro”, disse a dona de casa Vera Lúcia Queiroz, de Praia Grande.
A DEFESA
O Em Pauta entrou em contato com o advogado Cesar Augusto Leme, defensor de Christoffer Carvalho Silva, que se manifestou por meio de nota.
“Esclarecemos que a Polícia Civil está investigando as reclamações registradas contra o Grupo Carvanne em um inquérito policial que corre sob sigilo e até o momento não houve sequer oferecimento de denúncia contra qualquer dos envolvidos, tampouco condenação pela prática de qualquer crime”, diz a defesa.
“As investigações ainda estão em fase de inquérito e não houve comprovação de prática de nenhum delito”, complementa o advogado.
Com relação ao fechamento da loja, o advogado diz que “A loja Carvanne Automóveis permanecerá fechada por tempo indeterminado em razão das inúmeras ameaças que vem recebendo, portanto, para preservar tanto o patrimônio do Grupo Carvanne, como a integridade física de seus colaboradores, permaneceremos trabalhando somente de forma remota”.
Já sobre uma suposta saída do empresário de Bragança Paulista nesta segunda-feira (13) e a mudança de um condomínio de alto padrão, localizado no bairro do Bom Retiro, foi esclarecido que “Christoffer vinha recebendo diversas ameaças contra sua vida e nos últimos dias houve diversas tentativas de ingresso no condomínio onde residia de pessoas alteradas que pretendiam atentar contra a vida do mesmo. Em virtude disso, mudou-se para um endereço que não será revelado por questões de segurança”.
“Esclarecemos que o Sr. Christoffer continua residindo na Comarca de Bragança Paulista e continuará colaborando com as investigações, bem como buscando resolver todos os problemas noticiados pelos nossos clientes”, conclui o advogado do investigado.
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