Estudantes de medicina reclamam que não foram vacinados
No próximo dia 18, alunos de medicina da Universidade São Francisco (USF) retornam do recesso e aqueles que estão nos dois últimos anos da faculdade irão realizar seus estágios em Unidades Hospitalares, Postos de Saúde e UPAs, entre outros locais de atendimentos médicos. Cerca de 80% da carga horária, refere-se a estes atendimentos práticos.
Preocupados com a situação pandêmica na Região Bragantina, eles entraram em contato com a reportagem do Em Pauta, queixando-se de ainda não terem recebido a primeira dose da vacina contra COVID-19, assim como já ocorreu com outros profissionais da área da saúde, que atuam nestes mesmos locais.
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A aluna Ana Laura, está no 12° semestre conta como é a rotina de trabalho: “Ficamos de segunda à sexta das 8h às 17h, além dos finais de semana em regime de plantão no próprio HUSF. E agora terá também o plantão noturno”, disse.
De acordo com ela, os alunos podem se recusar a atender pacientes com COVID-19, mas isto é inviável em um ambiente hospitalar, pois o paciente pode não saber que está infectado.
Outra aluna, Giovanna, também do 12° semestre, diz que “a orientação da faculdade desde o início é para não atendermos queixas gripais, e por isto, estão usando isso junto à Secretaria de Saúde, para que nós não sejamos prioridade para vacinação”.
Todavia, ela conta que na prática, acabaram tendo contato com pacientes com COVID-19. “Desde que voltamos em junho, cada aluno teve ao menos um contato com paciente com queixa ou confirmado”, disse.
O QUE DIZ O PLANO NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO?
No Anexo I, disponível nas páginas 71 e 72 do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra COVID-19, consta no grupo “Trabalhadores da Saúde”, acadêmicos em saúde e estudantes da área técnica em saúde em estágio hospitalar, atenção básica, clínicas e laboratórios.
O QUE DIZ O HUSF?
Um dos principais locais onde os estudantes da USF realizam o internato hospitalar, é o Hospital Universitário São Francisco (HUSF).
A diretoria informou por meio de sua assessoria, que encaminhou uma listagem completa à DIVE (Divisão de Vigilância Epidemiológica), solicitando 621 doses para alunos e professores atuantes no Hospital e ainda não obteve retorno quanto à liberação das doses.
No site da Prefeitura, na aba destinada a dar publicidade a todas as pessoas que já foram vacinadas em Bragança Paulista, consta que o HUSF vacinou 830 colaboradores com a 1° dose da CoronaVac e outros 461 com a 1ª dose da AstraZenica.
SECRETARIA DE SAÚDE AFIRMA QUE HUSF DEVOLVEU DOSES
O Em Pauta entrou em contato também com a Secretaria Municipal de Saúde, para saber se existe uma previsão da liberação das doses extras aos estudantes, já que outros setores já receberam a primeira dose.
Por meio de nota, a pasta informou que a previsão de imunização dos estudantes de medicina que atuam em Unidades de Saúde é “quando recebermos novas doses”.
Segundo a Secretaria, foram disponibilizados especificamente ao HUSF, 1.600 doses de vacinas e 1.250 foram utilizadas, as demais devolvidas. Na planilha consta o número de 1.291 doses aplicadas.
Esta solicitação para doses aos estudantes teria sido realizada em 1° de fevereiro, segundo a Prefeitura.
UNIVERSIDADE TAMBÉM SE MANIFESTA
O Em Pauta ouviu também a Universidade São Francisco, que enfatizou que segue todas as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), Ministério da Saúde, Ministério da Educação e Secretaria Municipal de Saúde de Bragança Paulista.
Neste sentido, encaminhou a lista com a relação dos estudantes, docentes e corpo técnico-administrativo que atuam no HUSF e demais cenários de estágio de saúde pública e formalizou junto à Divisão de Vigilância Epidemiológica e Sanitária, a solicitação da previsão e atenção especial para a vacinação dos acadêmicos da área de saúde em estágios e internato médico, conforme prevê o Plano Nacional de Imunização.
Ainda de acordo com a Universidade, os estágios em cenários de saúde ocorrerão de forma gradual e escalonada, seguindo todos os protocolos sanitários, com distribuição de EPI’s para os estudantes e colaboradores. E o estudante pertencente a grupo de risco ou que manifestar desconforto emocional para estar atuando nos cenários de estágio terá que realizar reposição da carga horária, para fins de complementação de formação e cumprimento dos componentes curriculares previstos.
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