Greve de caminhoneiros: falta ovos em supermercados de Bragança e normalização do abastecimento pode levar 2 meses

A greve dos caminhoneiros chegou neste domingo ao 7º dia e os resultados são sentidos em todo o país. A reportagem do jornal on line Bragança Em Pauta, vem fazendo desde o início da greve a cobertura dos impactos da greve no município.

Durante a semana supermercados limitaram a venda de produtos para tentar coibir que pessoas com maior poder aquisitivo façam estoques e os mais carentes, fiquem desabastecidos.

Leite e derivados, frutas, verduras e legumes são os itens mais afetados. Algumas marcas  e produtos desapareceram das prateleiras.

Os ovos são um deles. Durante a semana, a reportagem já havia constatado estoque baixo no Spani e recebeu relato de falta de ovos no Esperança.

Neste domingo, 27, quem procurou ovos no Supermercado Mendonça, no Parque dos Estados, em Bragança Paulista, já não encontrou. As prateleiras estão vazias.

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A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa 150 empresas e quase 100% do setor de aves e de suínos do Brasil, divulgou neste domingo, uma nota, informando que não tem poupado esforços para garantir o bem-estar animal e minimizar as consequências da greve dos caminhoneiros.

Na nota, a entidade ressalta que “por falta de condições de transporte pelas rodovias brasileiras, milhares de toneladas de alimentos estão ameaçadas de perderem prazo de validade, enquanto o consumidor já enfrenta a escassez de produtos”

A associação, lamentou anunciar, na nota, que “a mortandade animal já é uma realidade devido à falta de condições minimamente aceitáveis de espaço e quantidade de ração. Um bilhão de aves e 20 milhões de suínos estão recebendo alimentação insuficiente”, ressalta a nota.

Segundo a entidade,  64 milhões de aves adultas e pintinhos já morreram, e um número maior deverá ser sacrificado em cumprimento às recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal e das normas sanitárias vigentes no Brasil.  Milhões de suínos também estão ameaçados.

Na nota, a entidade explica ainda que “a mortandade cria uma grave barreira para a recuperação da produção do setor nas próximas semanas e meses.   As carnes suína, de frango e os ovos, proteínas que antes eram abundantes e com preços acessíveis, poderão se tornar significativamente mais caras ao consumidor caso a greve se estenda ainda mais.  O velho fantasma da inflação poderá assombrar o país, pelo menos até que ocorra o restabelecimento da produção. Os menos favorecidos serão os mais prejudicados.”

Segundo a entidade neste domingo, 167 plantas frigoríficas de aves e suínos estão paradas.  Mais de 234 mil trabalhadores estão com atividades suspensas.

“A situação é caótica não só para o mercado nacional. Aproximadamente 100 mil toneladas de carne de aves e de suínos deixaram de ser exportadas na última semana. O impacto na balança comercial já é estimado em 350 milhões de dólares”, afirmam.

A entidade informa ainda que  após o final da greve, a regularização do abastecimento de alimentos para a população poderá levar até dois meses.

Foto: Filipe Granado

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