O Dia de Doar
*Por João José Marques
O Dia de Doar, datado em 28 de novembro a cada ano, se tornou um grande movimento no Brasil, com objetivo de estimular a cultura de doação e voluntariado nas mais diversas causas como saúde, social, educação, cultura, dentre outras áreas.
O movimento, que já é forte pelo mundo, busca engajar e mobilizar as pessoas pela transformação e diminuição das desigualdades sociais, erradicação da fome, garantias de acesso à saúde, educação e o estímulo à participação efetiva da comunidade nas instituições beneficentes.
O brasileiro já tem uma cultura de solidariedade, mas disseminar e estimular jovens devem fazer parte do nosso calendário. Conectar causas e pessoas, apresentar projetos relevantes e propagar como podemos ajudar é missão preciosa.
Coube ao longo da história das Santas Casas e hospitais filantrópicos no Brasil instituir a figura e cargo de provedor, o que ocupo hoje. O provedor era a pessoa escolhida ou eleita por uma mesa de voluntários, que cuidava da casa de caridade em saúde, para realizar um trabalho que hoje conhecemos como relações públicas.
O provedor é a figura do voluntário que tem como missão prover recursos e insumos para a instituição. Ao longo da história, essa figura desempenhou variados papéis, até mesmo político, mas na prática, na maioria das oportunidades, ele se relacionava com pessoas e empresas na busca por recursos e doações para a Santa Casa. Ele falava com o fazendeiro e pedia sacas de batatas para sopa dos enfermos, frangos e ovos para a granja, tecidos, tijolos e tudo o que era necessário para manter a estrutura e o atendimento dos pacientes e órfãos que também eram acolhidos pelas instituições no passado.
Os hospitais evoluíram, mas a figura do provedor e sua missão continuam vivas.
O Complexo Hospitalar da Santa Casa de Bragança vem se desenvolvendo e aprimorando sua assistência nas mais variadas áreas, especialmente porque desenvolveu e reservou parte do atendimento à saúde suplementar e à sua operadora de saúde. Isso é importante e preciso para que a saúde privada ajude a reduzir o déficit histórico dos contratos com o Sistema Único de Saúde – SUS, que hoje representa mais de 60% dos atendimentos em nossa instituição. Atendimentos essenciais para a população de toda a região bragantina, composta por 11 cidades, com aproximadamente 520 mil pessoas.
É por essa razão que caminhamos de forma conjunta e paralela nos desenvolvendo com a saúde privada, sem deixar de buscar emendas parlamentares para projetos e melhorias do nosso parque tecnológico e instalações, onde buscamos o apoio também de empresas e pessoas físicas para doações e projetos voltados para o SUS.
Dados da Confederação das Santa Casas e Hospitais Filantrópicos apontam que, a cada R$ 100 que a Santa Casa emprega no atendimento aos pacientes do SUS, recebe apenas R$ 60. É nesse grande déficit que, somado, impacta mais de R$ 9,5 milhões ao ano e para minimizar essa diferença é que usamos todos os recursos gerados pela saúde privada. Por isso, a importância de investir em instalações e ampliação. Quanto maior nosso atendimento na saúde privada, mais e melhor conseguimos assistir os pacientes do SUS, ambos com a mesma qualidade de profissionais, tecnologia e humanização, e a cada dia diminuímos, consideravelmente, as diferenças de hotelaria e instalações.
Ainda assim, não podemos abrir mão das doações, emendas e da participação efetiva de empresas e pessoas. São elas que nos permitem reformas e melhorias, já que os valores do SUS não cobrem nem o custeio com salários, medicamentos e insumos.
Por essa razão, cabe a mim, mais uma vez conclamar a região que participe efetivamente de nossa instituição, busque informações, conheça nossos projetos, nossa prestação de contas e faça parte dessa corrente do bem.
Nada como precisarmos de atendimento para alguém que amamos para saber reconhecer o valor e importância de uma instituição amparada por sua comunidade.
Estamos abertos e ansiosos para que se junte a nós nessa jornada. Saiba como doar e participar em nosso site e valorize os usuários da saúde suplementar na Santa Casa, pois quando o paciente privado escolhe o nosso hospital, também escolhe ajudar os pacientes do SUS.
* João José Marques é Provedor do Complexo Hospitalar Santa Casa de Bragança Paulista
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