População lota plenário e 15 vereadores não comparecem em Audiência do Ônibus

Foto: Filipe Granado

Cansada de chegar atrasada no trabalho e na escola, de esperar no ponto de ônibus uma veículo que nunca chega, de correr risco de vida em ônibus com problemas mecânicos, de se sujeitar e pegar um transporte que chove dentro e pega fogo e a ter a incerteza diária se itinerários serão cumpridos, a população de Bragança Paulista lotou na noite de terça-feira (16) o Auditório José Nantala Bádue, na Câmara Municipal, para mostrar sua insatisfação com o transporte público do município.

Mesmo com as dificuldades para chegar ao local, estudantes, trabalhadores da saúde, domésticas, trabalhadores em geral, pessoas com deficiência e até mesmo populares que não fazem uso do transporte estiveram na Audiência Pública realizada pela Comissão de Assuntos Socioeconômicos. Cadeiras extras tiveram que ser instaladas no local por funcionários do Legislativo, para que todos fossem acomodados.

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Enquanto isso, 15 vereadores de Bragança Paulista optaram por não comparecer ao encontro e, desta forma, não ouvir a população. Estiveram presentes apenas os vereadores Quique Brown, Claudio Coxinha, Ismael Brasilino e Orivaldo Felício.

Um dos destaques da noite foram os depoimentos dos estudantes, que têm enfrentado uma série de problemas logísticos para ter acesso a um serviço básico: a educação.

Raiane, estudante da Escola Estadual Cásper Líbero e moradora do bairro do Cruzeiro, relatou que para ir embora da escola ela precisa aguardar até 23h40. “É muito perigoso para nós meninas ficarmos sozinhas neste horário. E em maio, o ônibus parou de passar e todo mundo está precisando fazer o trajeto a pé e a noite”, contou.

Ana Clara, também estudante e moradora do Jardim São Miguel reclamou sobre o número insuficiente de ônibus que atendem o bairro. “Depois que eu saia da escola, ele passava somente às 23h45. Mudou o horário da noite pro dia, ninguém avisou nada. Eu estava saindo da escola, indo para a Pires Pimentel para pegar o ônibus do Parque dos Estados e descendo na pista para ir até o São Miguel”, relatou.

Alexandra, moradora do Parque dos Estados é uma das pessoas que teve sua vida colocada em risco, ao se ver dentro de um ônibus sem freio. “Fui vítima do ônibus sem freio, liguei na Prefeitura, liguei na empresa, fiz boletim de ocorrência. Psicologicamente fiquei abalada na hora”, desabafou, contando sobre o episódio em que um ônibus da JTP ficou sem freio e só parou ao colidir com uma van.

MEDIDAS SERÃO ANUNCIADAS E CEI PODE SER PROTOCOLADA

Estes três depoimentos são apenas uma amostra dos diversos relatos trazidos na Audiência Pública e, agora, fazem parte oficialmente dos registros em vídeo e em ata da Câmara Municipal. Com estas provas, a Comissão de Assuntos Socioeconômicos deverá anunciar nos próximos dias as providências que serão tomadas.

Entre elas, há a possibilidade de encaminhamento do caso ao Ministério Público e também a abertura de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito). Em 2022, tal investigação foi protocolada na Câmara, mas apenas cinco vereadores assinaram o requerimento: Miguel Lopes, Quique Brown, Claudio Coxinha, Ismael Brasilino e Fábio Nascimento.

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O Em Pauta, transmitiu em seu Facebook esta importante Audiência Pública. Quem ainda não acompanhou, pode acessar:

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