Prefeitura muda formato do Festival de Inverno de Bragança

Na programação divulgada, 92% dos eventos serão realizados em espaços particulares
A Prefeitura de Bragança Paulista optou, em 2025, por priorizar bares no tão esperado Festival de Inverno, em vez de promover uma programação gratuita voltada para todas as idades em locais públicos, como fazia tradicionalmente.
Diferente dos anos anteriores, quando nomes consagrados da música brasileira — como Ney Matogrosso, Teatro Mágico, João Carlos Martins, Maria Rita, Diogo Nogueira, Hermeto Pascoal, Moraes Moreira, Nelson Sargento, Gabriel O Pensador, Zé Geraldo e tantos outros — abrilhantaram o Festival de Inverno, desta vez não haverá grandes shows nem no Lago do Taboão nem na Casa de Cultura.
Esses grandes espetáculos, junto às apresentações de bandas e cantores locais, davam visibilidade à cidade e atraíam tanto o público bragantino quanto turistas para prestigiar o Festival. Desta vez, aliás, nem os artistas locais receberão espaço nas apresentações em locais públicos. Não estão programados shows na Praça Raul Leme nem na Praça da Poesia, como acontecia em edições anteriores.
Programação em locais públicos
A única programação gratuita e aberta ao público marcada para o Lago do Taboão ocorrerá na sexta-feira (11). A apresentação acontece a partir das 19h, na Arena do Lago. No local, haverá um show de luzes com tecnologia laser, música ao vivo com repertório lírico e performances aéreas sincronizadas. Segundo a Secretaria de Cultura, o objetivo é criar uma atmosfera mágica e encantadora à beira do cartão-postal mais querido da cidade.
Além desse evento, a programação pública se resume a quatro atividades no Centro Cultural Teatro Carlos Gomes:
- 12/07, às 20h: Charlotte – Obra Cinematográfica
- 19/07, às 21h: Makna Rock Clássico e Quarteto de Cordas
- 24/07, às 19h: Êxodos – Espetáculo de dança
- 26/07, às 17h: Por todos os cantos e contos – Infantil
Ao contrário dos anos anteriores, não haverá oficinas de arte, apresentações de stand-up, peças teatrais, novas exposições e nem o tradicional Canja com Canja, criado em 2008. O projeto tinha como propósito oferecer aos músicos iniciantes a chance de se apresentar ao público, dividindo o palco com artistas locais já consagrados.
Programação em bares
O restante da programação inclui 61 atrações em bares, compostas majoritariamente por shows que já acontecem tradicionalmente em restaurantes, lanchonetes, cafés e cervejarias da cidade. Agora, essas apresentações fazem parte oficial do cronograma do Festival. Ou seja, 92% dos eventos serão realizados em espaços particulares, e o público estará sujeito às regras de consumo impostas por cada estabelecimento. A Prefeitura não esclareceu se os bares terão autorização para cobrar, por exemplo, couvert artístico.
Turismo
Em entrevista à rádio pertencente à família Chedid, a secretária de Cultura e Turismo, Mariléa Rezende Menezes, justificou a mudança afirmando que o Festival “passa a ser uma celebração da oferta turística de Bragança”.
No folder digital de divulgação do Festival de Inverno, constam os horários de funcionamento e endereços do Museu Municipal Oswaldo Russomano, do Museu do Telefone e da Feira de Artesanato. No entanto, nenhuma programação específica ou diferenciada que possa atrair o público foi anunciada.
Ainda na entrevista, a secretária afirmou que chegou o momento de somar forças e valorizar o que Bragança Paulista já oferece. Ao invés de investir em grandes shows, a proposta é priorizar o que os comerciantes locais já disponibilizam. “Estamos fortalecendo nossa oferta turística e mostrando para quem nos visita que Bragança tem muita coisa para fazer”, declarou.
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