Queda de idosos devem ser investigadas, afirma fisioterapeuta

Queda de idosos devem ser investigadas, afirma fisioterapeuta

O prefeito de Bragança Paulista, Jesus Chedid, de 82 anos, sofreu uma queda e desde então está hospitalizado, com traumatismo craniano. No último boletim divulgado pela Prefeitura, na segunda-feira, 3, seu estado de saúde era estável e não havia previsão de alta.

Quedas em ambiente doméstico, como a do prefeito, são comuns em idosos e por isso, o Em Pauta conversou com o fisioterapeuta Tiago Alexandre, que é especialista em gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

Ele alerta que apesar de parecerem um incidente sem consequências muito graves, entre idosos, as quedas acabam sendo uma causa de morte muito comum.

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“Cair, para o idoso, não é considerado normal. Se o idoso está caindo ele precisa de uma investigação mais aprofundada da causa dessa queda. São diversas as causas da queda que vão desde: questões envolvendo a diminuição da força, da mobilidade, doenças cardiovasculares, questões neuroendócrinas, doenças articulares, vestibulares, doenças neurológicas, etc. Então existem várias causas de queda. Portanto, repito, não é comum, não é usual, o idosos não deve cair”, acrescenta.

A investigação da causa da queda é muito importante segundo o especialista justamente para que o tratamento seja estabelecido e assim evite-se novas quedas.

30% DOS IDOSOS CAEM

O fisioterapeuta acrescenta ainda que 30% dos idosos brasileiros caem uma vez ao ano, sendo que mais de dois terços dos que tiveram uma queda, cairão novamente nos próximos seis meses.

Tiago Alexandre ressalta ainda que com a queda o risco de fraturas em idosos é grande e isto pode agravar a situação do paciente. A fratura de quadril, por exemplo, é altamente incapacitante.

“É possível a reabilitação do paciente, mas infelizmente os pacientes têm pouco acesso ao serviço de reabilitação que fazem a reabilitação. Muitas vezes são orientados que devem ficar no leito, quando na verdade não devem. Devem rapidamente, serem submetidos aos processos de reabilitação, principalmente fisioterapia, já no pós-operatório”, acrescenta.

O especialista ressalta ainda que outro risco da queda é que os idosos podem ter que ficar muito tempo internados e com isto perder a funcionalidade e a mobilidade.

“Com a perda de mobilidade, eles podem ficar restritos ao leito e isso aumenta o risco de institucionalização ou seja a internação em uma instituição de longa permanência”, alerta, falando ainda sobre os riscos de pneumonia e feridas no corpo.

IDOSO DEVE FAZER EXERCÍCIOS?

O fisioterapeuta Tiago Alexandre acrescenta que os exercícios físicos para idosos são aliados importantes na prevenção de queda. “Se o problema do paciente está relacionado com diminuição de equilíbrio, falta de força, este é o caso em que os exercícios são recomendados”, afirma.

É claro, que para isto, o idosos deve contar sempre com o auxílio de um profissional da área. De acordo com o fisioterapeuta há uma redução de 21% no risco de cair naqueles pacientes que fazem exercícios que desafiam o equilíbrio.

Para que haja efetividade na ação, de acordo com o fisioterapeuta são necessárias 3 horas semanais de exercícios.

Como os idosos fazem parte do grupo de risco, durante a pandemia, Tiago Alexandre ressaltou que as atividades físicas diminuíram neste período, mas que em casa, os idosos podem fazer exercícios, com orientação de fisioterapeutas, mesmo que on-line.

“O que eles podem fazer em casa? Exercícios de alongamento apoiados, deitados, ou sentados. Exercícios de fortalecimento de musculatura e exercícios aeróbicos, como caminhadas, no quintal ou na rua, desde que estejam devidamente protegidos”, afirma.

O fisioterapeuta acrescenta ainda que é preciso ter uma boa alimentação, banhos de sol e um bom sono.

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