Saúde presta novos esclarecimentos sobre meningite em Bragança

Saúde presta novos esclarecimentos sobre meningite em Bragança

A Secretaria Municipal de Saúde de Bragança Paulista enviou uma nova nota ao Em Pauta, respondendo parcialmente questionamentos feitos pela reportagem, com relação aos casos de meningite em Bragança Paulista.

O Em Pauta tenta desde o dia 21 de setembro uma entrevista com a Chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica e Controle de Doenças, Juliana Schevenin, subordinada direta da secretária Marina de Fátima de Oliveira, para falar sobre o tema. Todavia, todas tentativas foram negadas pela gestão do prefeito Amauri Sodré.

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Em Bragança Paulista, de acordo com a última atualização da Secretaria Municipal de Saúde, foram registrados em 2022, 17 casos confirmados de meningite e 3 óbitos. E, de acordo com a Secretaria de Saúde, 52,9% destes casos foram de meningite do tipo viral. Para a identificação de casos é feito análise laboratorial em sangue e líquor, que leva em média 72 horas para ser liberado.

PROTOCOLO EM CASO DE CONTATO

Respondendo questionamentos do Em Pauta, a pasta esclareceu que toda pessoa que teve contato próximo com pacientes com meningite, por bactérias específicas, por exemplo a Neisseria, têm a indicação de quimioprofilaxia, ou seja, tratamento preventivo com uso de medicamentos prescritos pelo médico. As pessoas contactantes não precisam ser vacinadas.

A Secretaria garantiu que “os hospitais e unidades de saúde estão preparados para o atendimento de casos de meningites, que se façam necessárias”. O Em Pauta havia recebido relato de pessoa que teve contato com um contaminado com meningite, que ao procurar o Pronto-Atendimento Bom Jesus, enfrentou dificuldades para ser atendido. De acordo com o relato, a equipe não sabia qual orientação dar a ela e teve que recorrer a uma ligação telefônica, buscando orientação superior. A Prefeitura não informou ao Em Pauta quantas pessoas que tiveram contato com infectados, que tiveram que ser vacinadas.

VACINAS DISPONÍVEIS EM BRAGANÇA

A nota informa ainda que o imunizante conhecido como Meningo C é aplicado com injeção, entre os 3 e 5 meses de vida e previne doenças causadas pelo meningococo C, evitando a meningite e a meningococcemia, uma infecção generalizada e grave. Além disso, crianças de até 10 anos sem comprovação de dose anterior, devem tomar a vacina da meningo C. Já os adolescentes de 11 a 14 anos, precisam receber o imunizante Meningo ACWY.

A Secretaria de Saúde afirma que a vacina contra a meningite C está disponível em todas as 29 unidades de saúde, para estes públicos-alvo.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA TEM INFECTOLOGISTA?

Durante a 35ª Sessão da Comissão de Educação e Saúde da Câmara Municipal, realizada em 28 de setembro, o Em Pauta questionou a secretária municipal de Saúde, Marina de Oliveira, se a Rede de Atenção Básica e especificamente a Divisão de Vigilância Epidemiológica e Controle de Doenças possui um médico infectologista, para acompanhar suas políticas públicas.

Marina de Oliveira afirmou que “Este (médico infectologista) contratado é especialmente para o SAE – Serviço de Assistência Especializada (HIV/AIDS/HEPATITES), para tratar especificamente dos pacientes que estão dentro do SAE e fazem acompanhamento”, disse inicialmente.

“Temos infectologista na Rede, temos infectologista contratado pela Ortoclin, sempre que a gente tem alguma dificuldade de especialistas, nós vamos atrás de contratar infectologista”, complementou a secretária.

“Quando a gente precisa de alguma ajuda, a gente recorre a Dra. Januária, ela nos ajuda a responder algo relacionado a infectologia. Com relação ao concurso público, já pedimos e a Secretaria de Administração está fazendo a convocação de novo infectologista”, afirmou.

Na prática, Marina disse que, quando necessário, a Vigilância Sanitária utiliza dos serviços da médica infectologista que atende o programa HIV/AIDS/HEPATITES. Todavia, na mesma reunião, a Coordenadora do Programa IST/AIDS e Hepatites Virais de Bragança Paulista, enfermeira Mariana Quilici Bacci Lima, afirmou que esta especialidade está com sobrecarga de trabalho.

“Temos um infectologista com cerca de 20 horas semanais, ela não dá conta de atender. O outro infectologista pediu demissão no meio do ano e ela estava ficando com pacientes sem fazer atendimento. Os pacientes precisam passar sistematicamente em consulta. Levei essa demanda para Marina, que estávamos com muitos pacientes sem fazer atendimento e foi contratado em caráter emergencial até que saísse o concurso público”, relatou.

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