Secretaria de Saúde muda forma de divulgar ocupação de UTI
Por Filipe Granado
Na última semana, a Secretaria Municipal de Saúde parou de divulgar a porcentagem de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do SUS (Sistema Único de Saúde) de Bragança Paulista, como estava fazendo desde o mês de março, quando teve início a pandemia de COVID-19.
No dia 26 de maio, pela última vez, a secretária municipal de Saúde Marina de Fátima Oliveira divulgou a porcentagem de ocupação dos leitos de UTI SUS do Hospital Universitário São Francisco e da Santa Casa de Misericórdia.
Isto fazia com que a população tivesse conhecimento da real situação hospitalar do município, que inclusive, recebe pacientes de toda Região Bragantina. Tanto de pacientes com coronavírus, como de outras patologias.
Porque mudou?
A partir do pronunciamento do dia 29 de maio, coincidentemente data de anúncio da flexibilização da quarentena, a secretária Marina passou a não falar mais a ocupação total dos leitos de UTI e somente quantos pacientes estavam internados com COVID-19. Com isto, não é possível saber, se o restante da capacidade hospitalar está ocupada com outras doenças ou não.
Os jornalistas do Em Pauta ainda solicitaram esta porcentagem de ocupação total dos leitos de UTI SUS nos pronunciamentos subsequentes, mas nunca mais obtiveram o balanço desta forma.
Questionamos então a Secretaria de Comunicação da Prefeitura, do motivo da mudança. Por meio de nota, a SECOM informou que: “O motivo da mudança na forma de divulgação se dá pelo fato de que passou a ter leitos de UTI SUS exclusivos para tratar o COVID-19”.
O Em Pauta perguntou então à Prefeitura, quantos leitos exclusivos para COVID-19 estavam em funcionamento no HUSF, na Santa Casa e no Hospital Bragantino. Também questionamos quantos leitos de UTI estão em funcionamento em Bragança Paulista para todas as outras doenças e se em caso de lotação de UTI de COVID-19 os leitos das outras doenças podem ser utilizados e vice-versa. E, por fim, qual era a ocupação em porcentagem dos leitos exclusivos para COVID-19 e também os de outros doenças.
A Secretaria de Comunicação informou à reportagem que as perguntas só seriam respondidas na próxima terça-feira, durante pronunciamento da secretária Marina de Fátima Oliveira.
Número de leitos
O HUSF informou ao Em Pauta, que dos 25 leitos de UTI SUS do Hospital, 10 novos viabilizados recentemente por iniciativa da sociedade e empresários e custeados pelo Governo do Estado são exclusivos para COVID-19. E os outros 15, para as demais doenças.
No Hospital Bragantino, o governo estadual locou 10 leitos em razão da pandemia para ser utilizado por toda região. Somente Atibaia, já ocupava 5 deles na sexta-feira, 5.
Já a Santa Casa divulgou recentemente, que havia ampliado os seus leitos de UTI para 19 unidades, sendo que a Secretaria Municipal de Saúde divulgou recentemente nas lives que destes, apenas 4 são destinados aos SUS, para Bragança.
Nesta soma, Bragança Paulista teria à disposição 39 leitos de UTI SUS para todas as doenças. O número específico para COVID-19 ainda é obscuro. Lembrando que no caso dos leitos do HUSF e do Bragantino, os mesmos atendem a região.
Todavia, no documento denominado “Plano da Retomada” elaborado Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da COVID-19, consta que: “Quanto a capacidade de atendimento em leitos UTIs, a rede hospitalar de Bragança, considerando, o HUSF, Santa Casa e Hospital Bragantino … totalizando 75 leitos, dos quais 21 leitos de UTI são para a população Bragantina…”
O Em Pauta questionará estes números à Secretaria Municipal de Saúde em seu próximo pronunciamento público.
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