Sistema de Saúde de Bragança entra em colapso

Sistema de Saúde de Bragança entra em colapso

Na manhã de hoje, 1°, um pronunciamento inédito aconteceu desde o início da pandemia: os principais diretores do Hospital Universitário São Francisco, Santa Casa de Misericórdia, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Davi e Pronto-Atendimento Bom Jesus lado a lado, informando o colapso no sistema de saúde de Bragança Paulista.

Estavam presentes a secretária municipal de Saúde, Marina Oliveira, que não fazia uma aparição pública para toda sociedade e imprensa desde o dia 10 de fevereiro; o diretor-técnico das UPAs e idealizador do “Protocolo da Ivermectina” no município, Dr. Antônio Ricardo de Carvalho; Dra. Maria Claudia Machado, diretora-técnica do HUSF; Dr. Danilo Voltan, médico responsável pelo Hospital de Campanha; Israel da Silva, coordenador geral do Samu Bragança e Dr. Filadelfo Gândara Martins Neto, diretor-técnico da Santa Casa, entre outros representantes das Instituições.

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Em um tom jamais visto até aqui, a secretária Marina, que muitas vezes optou por não divulgar alguns dados à imprensa, desta vez escancarou a situação do município: “A situação está gravíssima. Estamos com 100% de ocupação dos leitos de UTI, estamos com os leitos de enfermaria e Hospital de Campanha lotados. Estamos com 11 pessoas aguardando vagas de UTI e de enfermaria e elas terão que ser atendidas fora da nossa região, em hospitais de São Paulo e da Grande São Paulo”, disse.

A secretária anunciou ainda que já há pacientes internados dentro da UPA da Vila Davi, pois não há mais vagas e apresentou dados mostrando que a contaminação em Bragança aumentou mais de 150%, de dezembro pra fevereiro. “É um momento terrível, estamos no maior pico da pandemia em Bragança Paulista”, contou.

O diretor-técnico das UPAs, Antônio Ricardo, foi ainda mais claro com relação ao colapso no sistema de saúde de Bragança. “No Bom Jesus, onde atendemos os casos de síndrome respiratória, há um colapso, não conseguimos mais atender, não adianta aumentar o número de profissionais, porque não existe espaço físico pra isso. Os médicos, enfermeiros e outros profissionais estão desgastados, não conseguimos contratar mais, ninguém aguenta mais”, afirmou.

De acordo com ele, em breve a UPA Vila Davi, que já interna pacientes com COVID-19, poderá também ter que realizar o atendimento de porta aberta.

A diretora-técnica do HUSF, Dra. Maria Claudia Machado, confirmou a situação de colapso no hospital que é referência para 10 municípios da Região Bragantina.

“O HUSF está 100% de lotação, não temos vagas, um momento muito crítico. Precisamos da conscientização dos jovens para que parem com festas. É isso que a gente vê lá, jovens infectando os familiares em casa”, relatou.

Um dos depoimentos mais delicados, veio do médico responsável pelo Hospital de Campanha, Dr. Danilo Voltan. “Era para atendermos 30 pacientes de gravidade moderada, mas hoje já temos de pacientes com alta gravidade e altíssima gravidade. Até paciente entubados, fazendo as vezes da UTI, pois não há leitos. Todo Complexo da Santa Casa está lotado, 100% UTI, 100% Clínica Médica, 100% Hospital de Campanha”, afirmou.

E a situação fica ainda mais dramática: “São pacientes que não deveriam estar lá e a gente não tem o que fazer, são pacientes que estão muito graves e estamos fazendo o possível para esses pacientes receberem atendimento. Tem paciente esperando vaga e a gente não tem oque fazer com esse paciente”, desabafou.

O coordenador regional do SAMU, Israel da Silva, fez um apelo aos secretários municiais da Região Bragantina. “Restrições são necessárias não só em Bragança, mas também para outros municipais da Região. Faço esse apelo aos outros secretários, pra que possamos diminuir a circulação do vírus”, pediu.

Por fim, o diretor-técnico Santa Casa, Dr. Filadelfo Gândara Martins Neto também se posicionou sobre o colapso. “Como diretor da Instituição posso afirmar isto categoricamente. Não temos mais vagas, não só nas vagas utilizadas pelo SUS, mas também o setor de convênios e particulares, também estão no limite. Não é porque você tem um convênio ou recursos financeiros, que terá possibilidade de ser tratado. Estes leitos estão no limite. A situação é extremamente grave”, disse.

Inclusive, a secretária de saúde Marina fez um pedido para que a população não vá a Rede de Atenção Básica, caso tenha consultas agendadas. “Só vá se de fato precisar de um diagnóstico”, solicitou aos moradores de Bragança Paulista.

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