Termografia: empresa afirma que exame não substitui mamografia

Termografia: empresa afirma que exame não substitui mamografia

Após a publicação da reportagem “Termografia locada para Bragança por R$ 1 milhão é ineficaz, afirma Sociedade de Mastologia”, publicada pelo Em Pauta na última semana, a assessoria de imprensa da Linda Lifetech, empresa responsável pelos exames de Termografia contratados pela Prefeitura de Bragança Paulista entrou em contato com a redação, para se posicionar sobre a reportagem que ouvia a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), que não recomenda o exame como método de rastreamento de câncer de mama.

“Reforçamos que O LINDA não substitui a mamografia pois não é um método diagnóstico definitivo, Linda apenas auxilia no rastreamento precoce do que pode vir a se tornar um câncer de mama”, diz o principal trecho da esclarecimento da empresa.

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Vale lembrar, que no material de divulgação distribuído à imprensa e publicado nas mídias sociais da Prefeitura de Bragança, a Secretaria de Comunicação em nenhum momento informou que a mamografia não deveria ser substituída, podendo levar a usuária do SUS ao erro, achando que este exame basta.

AUTORIZAÇÃO

Ainda de acordo com a empresa, o LINDA possui a aprovação da ANVISA. “O produto está licenciado para comercialização no Brasil e segue os critérios científicos e técnicos necessários para estar no mercado. Por isso, não cabe à empresa responder ou comentar pareceres de outras entidades”, disse ao Em Pauta.

“A termografia pode sim apoiar a detecção precoce de CA de mama, e existem centenas de estudos nacionais e internacionais que comprovam isso”, complementa.

Em trechos, a empresa é clara quanto ao real propósito de seu produto:

1 – “Reforçamos que O LINDA não substitui a mamografia pois não é um método diagnóstico definitivo, Linda apenas auxilia no rastreamento precoce do que pode vir a se tornar um câncer de mama.”

2 – “O software pode ser usado para auxiliar médicos na avaliação clínica de pacientes em adjunto com outro métodos e com o objetivo de identificar possíveis lesões mamárias suspeitas. Seu uso é destinado à população adulta. O LINDA não emite laudos e não substitui o julgamento médico”.

3 – “A operação da ferramenta e a interpretação dos dados apresentados pelo LINDA devem ser feitas por um profissional de saúde munido de demais dados clínicos do paciente e não com base única e exclusiva neste software. O LINDA não é uma ferramenta de diagnóstico”.

4 – “Um resultado suspeito do LINDA, não indica que a paciente pode deixar de fazer a mamografia anual”.

5 – “É uma ferramenta de apoio à decisão clínica na atenção primária à saúde e, da mesma forma que um termômetro, não fornece diagnóstico de nenhuma doença, mas sim uma informação adicional para auxiliar os médicos. O LINDA tem como objetivo entregar informações clínicas para a melhor tomada de decisão do especialista”.

INDICAÇÃO

A empresa indica o uso da tecnologia para visualização e registro de padrões de calor por meio da detecção de raios infravermelhos emitidos pelo corpo humano.

“A termometria cutânea por termografia, consta na Tabela de Procedimentos Médicos da Associação Médica Brasileira/AMB (39.01.007-4) e na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos/CBHPM (41.50.11.36), complementando o exame clínico”, informa.

PREFEITURA DE BRAGANÇA NÃO SE POSICIONA

O Em Pauta entrou em contato com a gestão do prefeito Amauri Sodré, para saber se a Secretaria de Saúde tinha conhecimento da nota técnico-científica da Sociedade Brasileira de Mastologia, da Associação Brasileira de Termologia e das diretrizes das diretrizes do CONITEC – Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (órgão vinculado ao Ministério da Saúde), quando assinou contrato com a empresa Termo Health Tecnologia Ltda S.A.

Também perguntamos quantos exames de termografia foram realizados com mulheres de Bragança Paulista, se existe “fila de espera” para o exame de mamografia em na cidade e quantos mamógrafos a Prefeitura tem e utiliza em parceria com outros órgãos.

O Em Pauta quis saber ainda se todas as pacientes que tiveram detectadas alguma alteração em seu exame, na “Carreta da Mamografia”, em abril, já receberam o devido atendimento médico e quantos médicos mastologistas fazem parte do quadro da Secretaria Municipal de Saúde.

E, por fim, se a Secretaria de Comunicação pretende esclarecer às usuárias do SUS, que os exames realizados pelo “Projeto LINDA” não devem ser substitutos do exame de mamografia.

Todavia, até o momento, não obtivemos resposta de nenhum dos questionamentos.

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