Trabalhador rural de Bragança será solto após 7 anos preso sem provas

Nesta quinta-feira, 1°, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou o processo que condenava a 21 anos de prisão um trabalhador rural de Bragança Paulista.

O latrocínio (roubo seguindo de morte) em que José Alves Aparecido Filho foi acusado e condenado com base em uma delação já desmentida, ocorreu no ano de 2014, na zona rural de Bragança Paulista e se tornou nacionalmente conhecido após reportagem da Folha de São Paulo.

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A reportagem “Condenado apenas com base em delação desmentida, trabalhador rural segue preso há sete anos em SP”, dos jornalistas Rogério Pagnan, Artur Rodrigues e Henrique Santana explica em detalhes o dia do crime, a investigação feita pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Bragança Paulista, a condenação em primeira instância e no Tribunal de Justiça, em São Paulo, a defesa do trabalhador rural e principalmente o apelo do réu confesso pelo crime, Evandro Matias da Cruz, que durante o curso processual declarou que José Aparecido, apontado como seu comparsa, não havia participado do crime.

O conteúdo que faz parte da série “Inocentes Presos” está disponível no site da Folha e também em uma documentário no canal do Youtube da Folha

Na decisão de hoje, o ministro Fachin determina a realização de um novo interrogatório de Evandro, réu confesso pelo crime de latrocínio e a anulação de todo processo até aqui.

José Aparecido está preso desde 2014 e no momento cumpria pena na Penitenciária de Iperó, localizado há cerca de 180 quilômetros de Bragança Paulista, onde reside sua família.

A defesa do trabalhador rural foi efetuada pelo advogado Dr. Nagashi Furukawa, ex-juiz de direito e ex-secretário de Estado de Administração Penitenciária.