Jesus Chedid anuncia aumento de 21% para funcionário, mas trata-se de reposição inflacionária
O prefeito de Bragança Paulista, Jesus Chedid anunciou ontem (17) que pretende dar ao funcionário público um aumento de 21%. O Projeto de Lei que concede o reajuste já foi enviado para a Câmara Municipal e precisa ser aprovado para que os funcionários possam receber a partir do mês de junho.
A matéria deve ser aprovada por unanimidade pelos vereadores. A correção salarial e do vale alimentação não ocorria desde maio de 2019 por força da Lei Federal nº 173/2020, que congelou qualquer tipo de aumento e a concessão de benefícios devido ao enfrentamento da pandemia de COVID-19.
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FUNCIONÁRIOS NÃO IRÃO RECUPERAR PODER DE COMPRA
Apesar dos 21% ser significativo, vale lembrar que o reajuste não irá recuperar e muito menos melhorar o poder de compra do funcionário público. Isso porque segundo dados do Índice de Preço ao Consumidor – IPCA/IBGE desde maio de 2019 quando aconteceu o último reajuste até dezembro a inflação acumulada foi 17,53%.
Ainda não há dados disponíveis da inflação de 2022 mas com base nas projeções e com o fato do pagamento do reajuste só acontecer em junho, provavelmente não haverá qualquer ganho real.
COMO FICA O VALE-ALIMENTAÇÃO?
Além da reposição de 21%, o prefeito Jesus Chedid anunciou ainda o aumento de 34% no vale-alimentação, que passará a R$700,00. Vale lembrar que desde 2019, os funcionários da Câmara Municipal já recebem este valor. Na época, a Prefeitura reajustou o vale de R$500,00 para R$522,90.
Também serão reajustadas as bonificações das festividades da Páscoa, do Dia do Funcionário Público Municipal e do Natal, e o funcionário voltará a ter direito a três faltas abonadas, que tinham sido canceladas em 2021.
REAJUSTE NÃO É AUMENTO
Em nota, o prefeito Jesus Chedid ressaltou que “a atualização dos valores salariais e do vale-alimentação objetiva permitir a recuperação do poder de compra dos servidores, dentro da capacidade orçamentária do município, buscando, também, assegurar a prestação de serviços públicos de qualidade à população”.
Se pelo índice IPCA/IBGE o aumento o real é quase inexistente, se for levado em conta o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP M) da Fundação Getúlio Vargas não só não haverá aumento real, como sequer a inflação será reposta.
O acumulado do IGPM de 2019 até dezembro de 2021 é de 50,95%. Este índice além de medir a inflação é usado para corrigir preços nos valores de contratos de aluguel e de energia elétrica.
ENTENDA PORQUE O REAJUSTE NÃO É AUMENTO
Imagine que um servidor ganhava R$ 2 mil por mês em maio de 2019 e com este salário, ele conseguia pagar as contas da casa como de luz, água e gás e ter seus gastos extras. Passados quase 3 anos, o salário de R$ 2 mil já não é mais suficiente para comprar todas as coisas que antes eram possíveis e este servidor teve que cortar gastos e diminuir as compras, por exemplo.
Quando se faz a reposição salarial ou seja, concede o reajuste apenas com base na inflação, baseando-se no IPCA a ideia é que a pessoa mantenha o mesmo padrão de vida que tinha antes. Ou seja, o funcionário que ganhava R$ 2 mil, com reajuste de 21% passará a receber R$ 2.420 e apesar da remuneração ter subido, o indivíduo deveria conseguir comprar e fazer as mesmas coisas que antes.
O servidor, no entanto, não conseguirá comprar ou fazer mais coisas até porque tudo aumentou ou no mesmo percentual que o salário ou ainda mais. Até dezembro de 2021 a inflação acumulada desde maio de 2019 foi de 17,53%. Até junho deve superar os 21% de reajuste concedido.
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O Prefeito está oferecendo 21% e o nosso governador está descontando 14% da Folha de pagamento dos funcionários.