Médico sem máscara: Em Pauta conversa com professora agredida

Médico sem máscara: Em Pauta conversa com professora agredida

Nesta semana, um vídeo viralizou nas redes sociais e foi pauta de vários veículos nacionais. De um médico psiquiatra, que supostamente agrediu uma professora na cidade de Piracaia, ao ser filmado e cobrado que usasse máscara, dentro de uma Unidade de Saúde.

A reportagem do Em Pauta conversou por telefone com a professora e tatuadora Lia Costa, que narrou os fatos ocorridos Centro de Saúde II José F. Rosas e os desdobramentos do fato, após a repercussão.

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Ela contou que estava acompanhando uma família em situação de vulnerabilidade social e essa consulta com um médico psiquiatra fazia parte de um processo, para que a família fosse auxiliada pelo Estado.

A espera foi de aproximadamente uma hora e antes mesmo da consulta, Lia já via algo de errado: “Absolutamente em todo momento de espera, ele (médico) já estava sem máscara, circulando pela unidade”, contou.

Perguntada pelo Em Pauta se o psiquiatra atendia outras pessoas sem máscara, a professora confirmou.

Foi então quando a funcionária da Unidade de Saúde, que havia marcado a consulta, solicitou que ela, sua amiga e o filho dela se dirigissem ao outro andar, onde o atendimento médico seria realizado, que teve início a confusão.

“Ele viu o filho da minha amiga e gritou ‘Eu não atendo criança, vocês estão me fazendo de palhaço? Vocês acham que eu estou aqui perdendo tempo?’”, relatou a professora.

“Tentamos conversar com ele e explicar, que a consulta não seria para a criança e sim para a mãe. Ele se negou novamente e eu pedi para que ele usasse máscara, pois estava sem. Todos nós estávamos usando duas máscaras, eu, minha amiga e até o filho dela. Eu insisti para ele usar máscara”, enfatizou.

De acordo com Lia, o médico perguntou quem era ela e chamou a segurança. Na sequência, “veio até mim, arrancou o celular da minha mão e me agrediu física e verbalmente. Ele apertou a minha mão com força e arrancou o celular e saiu para os fundos da Unidade de Saúde, em posse do meu celular”, disse.

Ela contou que depois de cerca de 15 a 20 minutos, o próprio médico devolveu o celular a ela. Nisto, a Polícia Militar já havia sido acionada por ela e a Guarda Municipal de Piracaia, pelo médico.

Na Delegacia de Piracaia, que fica em frente a Unidade de Saúde, foram registrados três boletins de ocorrência. Um tendo como vítima a professora, acusando o médico de lesão corporal e ameaça. Um registrado pelo médico contra ela, por desacato e uso de imagem. E um terceiro, por sua amiga que seria atendida.

Conforme informado ao Em Pauta pela professora, até o momento nem a Secretaria de Saúde e nem a Prefeitura de Piracaia entraram em contato com ela, para dar uma satisfação sobre o ocorrido.

MÉDICO NÃO SE PRONUNCIA AO EM PAUTA

O Em Pauta entrou em contato com o consultório do médico psiquiatra Eduardo Portieri, que reside em Piracaia e atende também em Atibaia. De acordo com sua secretária, que atendeu a ligação no telefone disponibilizado no site do Conselho Federal de Medicina, ele não iria atender se pronunciar ao jornal.

PREFEITURA EMITE NOTA

Até o momento, a única manifestação oficial da Prefeitura de Piracaia foi uma nota oficial, postada em suas redes sociais.
De acordo com a nota, o fato “já está em processo de apuração, visando o devido esclarecimento dos fatos”. E “a partir da conclusão dos procedimentos administrativos adotados, nos manifestaremos oportunamente”.

CREMESP SE PRONUNCIA

Ao portal UOL, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, emitiu a seguinte nota: “”O Cremesp reitera que repudia todo e qualquer tipo de violência e que vai investigar o caso. O Conselho esclarece que o médico pode atender, sem especialidade, desde que se responsabilize pelos seus atos e que, apesar de poder prestar atendimento, o médico está impedido de se intitular e/ou divulgar títulos de especialidade que não tenham sido devidamente registrados junto ao Conselho. Cabe ao médico registrar a(s) especialidade(s) que possui junto ao Conselho.”

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