OPINIÃO – Não tape a boca do povo, termine as obras pelo povo

OPINIÃO – Não tape a boca do povo, termine as obras pelo povo

Na última semana, o prefeito Amauri Sodré, que embora tenha mais de 30 anos de vida pública, demonstrou ainda ser um principiante no cargo de prefeito. De maneira deselegante e grosseira afirmou que iria “tapar a boca dos críticos” que opinaram sobre os diversos atrasos, aumento de mais de meio milhão de reais e transtornos causados ao comércio de Bragança Paulista, por causa da obra das Praças Centrais José Bonifácio e Raul Leme.

Se a “meia obra” ficou bonita ou não é um debate amplo. Mas é inegável que a ‘obra instagramável’ da praça descaracterizou o Centro Histórico, que já sofreu com a derrubada de prédios antigos da Catedral e do Fórum, por exemplo. Entregar a Praça José Bonifácio era obrigação!

Opiniões conflitantes sobre a reforma ter sido ou não de bom gosto existem aos montes. Mas, não há conflito em concluirmos que o evento na reinauguração demonstrou o claro despreparo político do prefeito Amauri no palanque ao utilizar um termo ofensivo.

Mais que isso, Amauri Sodré demonstra também despreparo para o importante cargo que caiu em seu colo. Críticas fazem parte de qualquer Administração Pública. Vereadores, deputados, governadores, senadores e o presidente da república convivem diariamente com discordâncias.

E embora o prefeito viva em uma redoma de elogios realizados por funcionários comissionados, de “jornalistas que o defende” (e que recebem dinheiro público de seu governo) e de vereadores que nunca fizeram um Pedido de Informações para lhe questionar nada, as críticas existem e deveriam ser absorvidas para que rotas sejam recalculadas.

Sobretudo daquelas questões que interferem diariamente na vida das pessoas: as obras paradas e atrasadas. Jesus Chedid sempre foi crítico dos que o sucederam depois de 2004 e atrasaram licitações e obras, como a da Teatro Carlos Gomes. E foi justamente seu jeito firme de governar que o fez voltar ao cargo em 2016.

As reformas das Praças Centrais não viraram uma novela porque a imprensa independente quis. A população não criticou a demora de 494 dias para entregar “meia praça” à toa. Os gastos que aumentaram R$ 595.065,93 virão dos cofres públicos, portanto, a população tem todo o direito de reclamar e o senhor não deve “tapar a boca” desta população.

É hora de ser justo com o povo e reconhecer que tudo isto ocorreu, pois o seu governo resolveu licitar alguns “pacotes de obras” em ano eleitoral e esta forma de contratação contribuiu para que as empreiteiras não conseguissem entregar praticamente nenhuma obra. Visivelmente, “deram um passo maior que a perna”.

O ginásio municipal Agostinho Ercoline ficou pronto? A ampliação da Escola Municipal Antonio José da Fonseca foi concluída? A Prefeitura conseguiu finalizar a reforma da Rodoviária Velha que foi iniciada em maio de 2022? E a reforma da Prefeitura onde o senhor vai todo dia? A restauração da antiga Estação Ferroviária do Curitibanos ficou pronta? Aliás, as obras que tiveram início no Jardim Público, mesmo após a recente reforma estão paradas por qual motivo? E os campos de futebol que nunca terminam? A cobertura móvel da Arena do Lago do Taboão estará pronta neste Verão? E a ponte japonesa, qual é a complexidade da obra? O Centro de Atenção à Saúde da Mulher e o Centro de Atenção à Saúde da Criança, no Jardim São Lourenço, foram anunciados em palanque em novembro de 2019 e a promessa vai fazer aniversário de 4 anos. O CRAS do Jardim Iguatemi já está atendendo ao público? E o galpão do Posto de Monta foi 100% concluído? Aliás, bem pertinho dali, um simples vestiário não fica pronto no ginásio municipal Lourenço Quilici, há mais de ano. Lembramos ainda a UBS do bairro do Taboão, a Minicidade de Trânsito, a praça da Santa Luzia em frente ao Colégio Objetivo, os Ciles do Torozinho, da Marina e as pistas de Pump Truck. Isto, sem contar obras fora do “pacotão” como as do Portal São Marcelo, do Centro de Tradições Nordestinas, da creche do Jardim do Cedro e da Praça da Juventude, que ou estão abandonadas ou caminham em passo de tartaruga.

Enfim, talvez não seja a população que tenha que “tapar a boca”, mas sim o prefeito deva trabalhar mais para conseguir entregar as obras que prometeu, licitou e está pagando as empreiteiras em dia.

E para tentar amenizar os seus erros digníssimos prefeito Amauri Sodré, não adianta apenas criticar as Administrações antes da sua. Já são 7 anos que a oposição não governa e a população respondeu aos desmandos nas urnas.

Por fim, nós do Em Pauta gostaríamos de lembrar que não existe “imprensa que defende”. Quem faz isto não pode ser chamado de imprensa. Podem ser chamados de amigos do Poder, que recebem dinheiro público para isto ou são funcionários de meios de comunicação de propriedade do grupo o qual o prefeito faz parte. Nós do Em Pauta continuaremos nosso trabalho de informar a população com responsabilidade e independência, sobre todas estas obras atrasadas e todos os outros temas que forem de interesse público. Afinal, o que importa é a informação. A imprensa não defende, a imprensa informa.


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Um comentário em “OPINIÃO – Não tape a boca do povo, termine as obras pelo povo

  1. Bom dia, pessoal ,por favor vcs tem como ter alguma resposta sobre essa construção da av.imigrantes ba passarela pois tá complicado eu que saio as 4.20 da manhã tem que andar na avenida imigrantes,e a gente não tem como ver o que está atrás dos tapumes, e ainda o pessoal usando droga nas escadaria isso todos os dias só quando chove que espanta os pessoal

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