Prefeitura repinta ciclofaixa e afirma que continua perigosa
No início do mês de março, a construção de uma ciclofaixa na Avenida dos Imigrantes, entre os bairros do Popó e Jardim da Fraternidade causou polêmica, por ser muito estreita e não caber por inteiro uma bicicleta. Três meses depois, a ciclofaixa não foi concluída e oferece riscos aos ciclistas, segundo informou a própria Secretaria de Mobilidade.
MICRO FAIXA?
Na época, os vereadores Marcus Valle e Quique Brown, que são ciclistas, estiveram no local e constataram que cada faixa da ciclofaixa media apenas de 50 a 70 centímetros, descontando a sarjeta da avenida, que estava em desnível ao asfalto.
As fotos da medição se tornaram públicas e o assunto tomou conta das redes sociais e também da Comissão de Justiça da Câmara Municipal, que contou com a presença do secretário municipal de Mobilidade Urbana, Rogério Crantschaninov no dia 10 de março.
CICLOFAIXA NÃO É CICLOFAIXA
No Legislativo e também em entrevista ao Em Pauta, o secretário afirmou que a sinalização estreita era “um arremedo ainda do que vai ser a ciclofaixa”.
“Aquilo não passa de uma faixa vermelha pintada no chão. Ela tem realmente este objetivo de começar a chamar atenção dos motoristas que passam por ali seja de automóvel, motocicleta, caminhão e ônibus, que aquele espaço ali será utilizado para tráfego bicicletas no futuro. Mas está muito longe de ser uma ciclofaixa”, disse ao Em Pauta em entrevista publicada no dia 18 do mesmo mês.
SERVIÇO FOI REFEITO
Nesta semana, praticamente 3 meses após o início da construção da ciclofaixa, a equipe do Em Pauta esteve novamente no local e pode constatar que a antiga faixa vermelha, que segundo o secretário Rogério era um “arremedo”, foi apagada. E uma outra foi repintada. Esta com 1,20m de largura, conforme prometido na Câmara Municipal. Ainda fora do padrão estipulado no Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito, desenvolvido pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran),elaborado em 2007. Segundo o manual, a ciclofaixa de sentido único, deve ter uma largura mínima de 1,50m. A antiga sarjeta foi nivelada, para que o ciclista possa trafegar sem o desnível. E inclusive faz parte da medida de 1,20m.
QUANTO CUSTOU PARA REFAZER O SERVIÇO?
Tendo que apagar uma faixa pintada por quilômetros (antiga de 50 a 70 centímetros de largura) para pintar uma outra (nova com 1,20m), obviamente que houveram custos aos cofres públicos.
O vereador Quique Brown fez o Pedido de Informações n° 202/2020 à Prefeitura sobre esta questão no dia 21 de maio. “Quanto custou aos cofres públicos a pintura vermelha e depois a cobertura da faixa?”, questionou. Todavia, ainda não houve resposta da Secretaria de Mobilidade.
DÚVIDAS E MAIS DÚVIDAS
Outras dúvidas sobre a polêmica da ciclofaixa também foram levantadas pelo Em Pauta. A primeira delas, se ela está pronta. E segundo a Prefeitura, após 3 meses, esta ainda não foi concluída.
De acordo com a Secretaria de Comunicação falta ser instalado no local os balizadores; o equipamento de fiscalização eletrônica; realizar implantação de sinalização dos cruzamentos, do trecho da ciclofaixa entre a Rua Aquiles Bianchi até a Avenida Juscelino K. de Oliveira, das setas e pictogramas, da sinalização semafórica, da sinalização vertical de regulamentação de obrigatoriedade de caminhões à direita, da sinalização vertical de regulamentação e advertências para ciclistas; bem como adequações geométricas em alguns pontos da ciclofaixa. Ou seja, muito ainda a ser feito.
Perguntada sobre datas para conclusão, a SECOM afirmou que “Não temos como precisar as datas para cada um dos serviços, tendo em vista que serão executados por secretarias diferentes e também por empresas terceirizadas.”
Em março, Rogério Crantschaninov, aliás, havia afirmado que “Qualquer um que tenha que usá-la, estará correndo um risco muito grande”. Perguntado se esse risco ainda é grande, a resposta é sim. “Somente após concluídas estas etapas a ciclovia pode ser considerada pronta e apta a ser usada de forma segura”, complementou. Mesmo assim, não há qualquer objeto, sinalização ou comunicação visual orientando os ciclistas a não usarem o local.
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