O problema cambial da Turquia comparado ao Brasil

O problema cambial da Turquia comparado ao Brasil

A lira e o real são moedas de economias emergentes, mas a moeda brasileira vem performando melhor. A lira turca caiu mais de 90% ante o dólar de 2013 a 2023, enquanto o real perdeu 60% de seu valor.

Por que a lira se desvaloriza tanto?

A taxa de inflação turca é muito superior à brasileira, acirrando a depreciação cambial.

Em fevereiro, a inflação brasileira atingiu 5,6% comparada ao mesmo mês do ano anterior. Na Turquia, a taxa foi de 55,2%. Enquanto a Selic está em 13,75%, na Turquia a taxa básica de juros é de 8,5%.

O governo turco intervém na política monetária, algo que muitas vezes acaba sendo contrário ao bom senso econômico. No Brasil, atualmente a independência do Banco Central vem sendo criticada pelo Presidente de República.

A partir do ano de 2020, a pandemia de Covid-19 causou impacto severo nos dois países e em suas moedas. Os lockdowns e a queda no comércio internacional golpearam as economias. Em momentos de risco elevado, os investidores seguem para o dólar em detrimento de moedas emergentes como a lira turca e o real.

O produto interno bruto do Brasil soma 1,61 trilhão de dólares, sendo quase o dobro do PIB da Turquia: 0,82 trilhão de dólares.

Seguem as 10 maiores empresas da Turquia, por capitalização de mercado:

Sasa Polyester:                 US$ 12,55 bilhões

Ford Otosan:                    US$ 11,23 bilhões

Koç Holding:                     US$ 10,46 bilhões

Turkish Airlines:               US$ 9,36 bilhões

Enka:                                  US$ 9,23 bilhões

Türkiye Petrol Raf.          US$ 7,87 bilhões

QNB Finansbank               US$ 7,09 bilhões

Şişecam                              US$ 6,98 bilhões

Türkiye Is Bankasi            US$ 6,47 bilhões

Aselsan                               US$ 6,33 bilhões

Com relação ao Brasil, seguem as 10 maiores empresas, por capitalização de mercado:

Vale                                    US$ 70,53 bilhões

Petrobras                           US$ 69,72 bilhões

Itaú Unibanco                   US$ 46,91 bilhões

Ambev                                US$ 44,70 bilhões

Banco Santander Br        US$ 38,72 bilhões

WEG                                   US$ 31,79 bilhões

Banco Bradesco               US$ 27,56 bilhões

Banco do Brasil                US$ 21,85 bilhões

Nu Holdings                      US$ 20,99 bilhões

BTG Pactual                      US$ 20,65 bilhões

No ano passado, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota da Turquia, de BB- para B+. A Fitch citou a vulnerabilidade da Turquia quanto à inflação e à liquidez externa, além da fraca credibilidade das políticas governamentais. A taxa de juros real negativa pode manter a inflação em níveis elevados, deixando as finanças públicas expostas a desvalorizações cambiais. O risco cambial é elevado devido às eleições gerais de maio deste ano.

Quanto ao Brasil, sua nota de crédito está um degrau acima (BB-). A agência elogia a “grande e diversa” economia brasileira, assim como sua taxa de câmbio flexível, que ajuda a absorver choques. A agência não espera que novas políticas estatais desestabilizem a economia. Segundo ela, políticas econômicas liberais dos anos anteriores como a reforma trabalhista melhoraram o ambiente de negócios.

Há um abismo entre as duas moedas, além dos mais de 8.000 quilômetros que separam os dois países. Investir contra a lira turca tem sido um investimento vencedor.

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